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Inácio Arruda: para aliados, deputado do PCdoB tem “know how em enterrar CPI” | Roosewelt Pinheiro/ABr
Inácio Arruda: para aliados, deputado do PCdoB tem “know how em enterrar CPI”| Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

Sem consenso na base aliada para indicar os senadores que vão ocupar a presidência e a relatoria da CPI da Petrobras, o governo fechou acordo ontem com a oposição e adiou para a próxima quarta-feira, véspera do feriado de Corpus Christi, a instalação da comissão de inquérito. A estratégia do governo é tentar postergar ao máximo a abertura da CPI da Petrobras, inviabilizando seu funcionamento. Para isso, os governistas contam com um calendário recheado este mês de festas juninas, quando o Congresso fica esvaziado, além do feriado da semana que vem.

O líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), permanecia ontem irredutível na decisão de vetar o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), para a relatoria da CPI que vai investigar supostas irregularidades na Petrobras e na Agência Nacional do Petróleo (ANP). Para não dar o cargo a Jucá, Renan trabalhava com a hipótese de o PMDB ficar com a presidência da comissão, que ficaria a cargo do senador Paulo Duque (PMDB-RJ). Suplente do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), Duque tem um perfil mais adequado à presidência do que à relatoria da CPI, na avaliação de Renan.

Se houver uma troca de posições no comando da CPI da Petrobras, o bloco de apoio ao governo deverá indicar o relator. Uma das hipóteses é o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) – que hoje é suplente na CPI da Petrobras, mas poderá virar titular – ser o escolhido do bloco. Na avaliação de um aliado do Palácio do Planalto, Arruda tem "know how em enterrar CPI". Durante um ano e meio, o comunista foi o relator da CPI das ONGs, brecando qualquer investigação. Além disso, Renan espera ter o controle sobre Arruda, uma vez que a ANP é feudo político do PCdoB, que poderá perder espaço e cargos na agência com o aprofundamento das investigações.

"A certeza da instalação (da CPI da Petrobras) precipitará o acordo", disse o líder Renan Calheiros, ao observar que não há definição sobre qual posto de comando da comissão será ocupado pelo PMDB e pelo bloco de apoio.

O líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), que gostaria de ter sido o presidente, mas teve seu nome vetado por Renan Calheiros, estava disposto a indicar o senador João Pedro (PT-AM) para o cargo. Mas se Renan continuar insistindo no veto ao nome de Jucá como relator, o PT deverá concordar na troca de posições no comando da CPI.

Outro nome que cresceu na bolsa de apostas para assumir um dos postos de comando da CPI foi o do senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Ele passou a ser titular da comissão com a ida para a suplência do senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que está em tratamento de saúde. Raupp é, no entanto, considerado "muito independente" de Renan, que está disposto a manter o controle total da CPI da Petrobras. "É a comissão que escolhe quem vai ser o presidente e o relator. Não há veto nem preferência. Será uma decisão partidária", afirmou o líder do PMDB.

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