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Considerado um nome aglutinador dentro do partido, o ex-secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Renato Adur, assume a presidência do PMDB no Paraná substituindo o deputado Dobrandino da Silva. Ele mesmo se auto-denomina um pacificador, capaz de aparar as arestas internas e externas, incluindo a relação do governador Roberto Requião com a imprensa. Adur assume o partido após quatro anos de governo Roberto Requião e uma reeleição acirrada. Eleito ontem na convenção estadual do partido, foi candidato de consenso entre os peemedebistas e terá como metas preparar a legenda para disputar as eleições municipais de 2008 e projetar Requião como candidato à presidente da República em 2010.

Gazeta do Povo – Como foi a decisão de ser candidato a presidente do PMDB no Paraná?Renato Adur – Não esperava nem almejava isso. Meu compromisso era com a reeleição do Roberto Requião e assim terminaria meu ciclo político. Mas o Requião me convidou. Disse a ele que aceitaria, mas não disputaria chapa e exigi um melhor relacionamento com a imprensa por parte do partido e do governo. A situação cresceu, ganhou adesões e entusiasmo. Sou de um grupo político e tenho de me prestar a certos posicionamentos.

Por que o senhor considera que o governador Roberto Requião pensou prioritariamente no seu nome?A Executiva do partido, companheiros peemedebistas e membros da Assembléia Legislativa mencionaram meu nome ao governador. E vejo que há uma necessidade de um aglutinador, pacificador, uma pessoa de bom senso e de cabeça fria.

O senhor acha que conseguirá fazer as mudanças exigidas para ser o presidente do PMDB, como mudar o relacionamento do governador e do governo com a imprensa?O Requião quer ter um bom relacionamento com a imprensa. O que houve de errado foi a forma como as situações e as ações foram conduzidas e levadas ao conhecimento dele. Mas acho que o PMDB pode ser um elo entre a imprensa e o governador, um interlocutor.

O que houve de falhas na atual administração do PMDB e o que houve de acertos?O PMDB foi muito bem conduzido nesse período. Conseguiu reeleger o governador e fez a maior bancada de deputados estaduais, elegendo 17 parlamentares. O objetivo foi atingido. A falha ficou na candidatura ao Senado, que não tivemos, e no fato de não termos ido bem nas grandes e médias cidades paranaenses.

Quais as metas da sua gestão?O foco primeiro é 2008. Vamos ver onde perdemos, que foi nas grandes e médias cidades, vamos buscar reconquistar esses espaços e aprimorar o que houve de ruim nas eleições de 2004 e 2006. Queremos eleger o maior número de prefeitos possíveis no estado. A outra meta é voltar os olhos para o Planalto Central. Queremos construir uma corrente positiva no Paraná para fazer com que o Brasil veja que é possível ter o nome do Requião como candidato a presidente da República.

Provavelmente será mais difícil lidar com os "caciques" do PMDB nacional, como José Sarney, Michel Temer, Orestes Quércia, do que com políticos do Paraná. Como será feito isso?É fato que com o PMDB nacional haverá dificuldades. Temos de mostrar a eles o que o Paraná tem de melhor. E precisaremos fazer uma mea culpa, principalmente dando explicações sobre o apertado resultado dessas eleições. Vamos lidar com esses "caciques" com propósitos. E sabemos que o Requião é tão "cacique" quanto eles, cada um ao seu jeito, com sua personalidade.

Tanto em 2002 quanto em 2006, o PMDB disputou as eleições com chapa pura, tendo o candidato e o vice do partido. Para 2008 e 2010 pretende-se manter essa linha?Para a disputa às prefeituras em 2008 queremos construir nomes para candidaturas próprias, chapa pura, com prefeitos e vices. Mas a possibilidade de diálogo está aberta. Não está fechado, decidido. Vamos analisar os quadros dos partidos e trabalhar com uma perspectiva de poder com nomes do PMDB. Não vamos ficar a reboque de outras siglas.

O senhor considera que houve um erro em o PMDB não ter tido candidato próprio para a prefeitura de Curitiba em 2004 e ter indicado Nizan Pereira como vice de Ângelo Vanhoni (PT)?Houve um erro estratégico. O PMDB deveria ter disputado a prefeitura. Dessa forma, teríamos mais chances. O nosso vacilo favoreceu o adversário, que acabou se elegendo. Deveríamos ter tido candidato e feito composição em um provável segundo turno.

Depois de presidir o PMDB, o senhor tem outras pretensões políticas?Eu havia me preparado para ser vice do Requião nessa eleição. Havia, no entanto, um acordo ético com o atual vice-governador Orlando Pessuti. Se eu fosse o vice, encerraria minha carreira política com chave de ouro, como governador do Paraná mesmo que por dez meses em 2010. Hoje, não sei como será lá na frente. Mas sei que não quero mais disputar eleições proporcionais. Sinto-me melhor no Executivo.

Orlando Pessuti já declarou que pretende disputar a sucessão a Roberto Requião em 2010. O senhor o considera um candidato forte?É um bom nome. Esse é um direito dele e respeitamos essa posição. Afinal, ele abriu mão da vaga de conselheiro do Tribunal de Contas para seguir com a carreira política.

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