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Eduardo Cunha, presidente da Câmara, evitou participar dos protestos no Rio. | Nacho Doce/Reuters
Eduardo Cunha, presidente da Câmara, evitou participar dos protestos no Rio.| Foto: Nacho Doce/Reuters

Companheiros de partido, o PMDB, os dois maiores opositores da presidente Dilma Rousseff no Rio de Janeiro, Eduardo Cunha, presidente da Câmara, e Jorge Picciani, presidente do PMDB-RJ e da Assembleia Legislativa, ficaram longe da manifestação deste domingo. Rompido com o governo desde o dia 17 de julho, Cunha argumentou que deve manter a isenção diante de ataques e também da defesa da presidente Dilma Rousseff.

Em entrevista na última segunda-feira (10), Cunha, investigado na Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras, defendeu manifestações pacíficas, “contra ou a favor”.

Na tarde deste domingo, o presidente da Câmara não quis responder ao jornal O Estado de S. Paulo onde estava na hora da passeata nem quis avaliar os protestos. “Sem comentários”, respondeu. O rompimento do presidente da Câmara aconteceu depois de o lobista Julio Camargo ter dito, em delação premiada, que foi pressionado por Cunha a pagar US$ 5 milhões em propina. O deputado nega envolvimento no esquema de corrupção e acusa o governo de interferir nas investigações para prejudicar adversários e proteger aliados.

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Na manifestação da praia de Copacabana, havia muitas faixas e cartazes de aprovação ao juiz Sérgio Moro, que determinou a prisão de vários envolvidos na Operação Lava Jato, e menções a suspeitos de participação do petrolão. Cunha não foi mencionado. Uma faixa dizia “Fora Renan”, referindo-se ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também investigado na Lava Jato. Depois de entrar em confronto com o governo, Renan voltou a se aproximar da presidente Dilma Rousseff, na semana passada, ao apresentar uma lista de propostas para sair da crise batizada de “Agenda Brasil”.

Em entrevista à TVeja, do site da revistaVeja, na segunda-feira (10), Cunha afirmou: “Como chefe de um Poder, tenho que prezar pela minha isenção. Uma coisa é minha militância política de pregar que o PMDB saia da base, outra é minha função institucional. Acho muito salutar qualquer manifestação contra ou a favor, desde que seja pacífica e garanta o direito e ir e vir. Qualquer manifestação, até contra mim, terá sempre meu aplauso, desde que seja pacífica e ordeira”.

Na disputa presidencial, Cunha ficou neutro e argumentou que, como líder do PMDB, cargo que ocupava na época, não queria influenciar a bancada de deputados peemedebistas. Picciani abriu dissidência no PMDB e, em 2014, apoiou o tucano Aécio Neves contra Dilma. Agora, porém, não faz coro ao discurso de Cunha pela retirada do PMDB do governo. Picciani diz que é preciso respeitar o resultado das urnas. Por isso, nem o presidente do PMDB-RJ nem Leonardo Picciani, seu filho, sucessor de Cunha na liderança do PMDB, foram para a rua ontem.

“Não participo das manifestações porque minha posição é que o povo se pronunciou, a presidente foi eleita, quero que ela tenha condições de governabilidade. Sou contra mudar a regra do jogo”, diz Picciani, que criticou partidos que defenderam a realização de novas eleições presidenciais, como fez parte do PSDB na semana passada. “Manifestação é legítima, mas vejo com muita desconfiança a forma como alguns partidos estão se agarrando nisso, na antecipação das eleições. Também não concordo que partidos usem o horário gratuito da TV para convocar para a manifestação, é um equívoco”, disse Picciani, em outra crítica ao PSDB. “A presidente precisa retomar as rédeas e governar”, afirmou o presidente do PMDB-RJ. “Eu atuo no setor democrático, onde também está o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin”, afirmou.

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