Divergências entre os membros da equipe de advogados que defende o governador do Amapá, Pedro Paulo Dias (PP), preso nesta sexta-feira (10) pela Polícia Federal, adiaram um pedido de habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal para que ele seja libertado.

CARREGANDO :)

Neste sábado (12), os advogados se reuniram no STF com petição em mãos para pedir a liberação do governador. No entanto, eles deixaram o tribunal sem protocolar o pedido e com cópias do inquérito em que Dias é apontado como integrante de uma suposta quadrilha que desviava recursos estaduais e da União.

Ao G1, Cícero Bordela Junior, um dos advogados do governador, disse que parte da equipe preferiu analisar o documento antes de entrar com o habeas corpus.

Publicidade

"Na minha opinião, já deveríamos ter protocolado o pedido, mas os colegas querem esperar e analisar o inquérito. Na segunda [13], vamos tomar uma decisão", disse.

Como a prisão do governador do Amapá é provisória e tem prazo de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco, Dias poderá vir a ser liberado na próxima quarta-feira (15).

A decisão de prorrogar ou não a prisão será tomada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça João Otávio de Noronha, que preside o inquérito que investiga o governador. Segundo os advogados de Dias, uma possibilidade será aguardar a decisão do ministro e entrar com habeas corpus apenas se ele ampliar o prazo de prisão.

O caso

Pedro Paulo Dias, o presidente do Tribunal de Contas do Amapá, José Júlio de Miranda Coelho, o ex-governador do estado Walder Goés e a mulher dele, Marília Goés, foram presos nesta sexta (10) com outras 14 pessoas durante a Operação Mãos Limpas.

Publicidade

Foram mobilizados 600 policiais federais para cumprir 18 mandados de prisão temporária, 87 mandados de condução coercitiva e 94 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a PF, estão envolvidos no esquema servidores públicos, políticos e empresários.

As apurações da Polícia Federal revelaram indícios de um esquema de desvio de recursos da União que eram repassados à Secretaria de Educação do Estado do Amapá, provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).

Veja também
  • No Amapá, governador em exercício suspende pagamento a fornecedores
  • Auditorias da CGU apontam supostas irregularidades no Amapá
  • Polícia Federal apreende R$ 1 milhão e cinco carros de luxo no Amapá
  • Presidente do Tribunal de Contas do Amapá foi preso na Paraíba
  • Amapá recebeu R$ 222 milhões do Fundeb em 2010, diz Tesouro Nacional
  • PF segue com buscas da Operação Mãos Limpas
  • Propina seria usada em eleição no Amapá, diz MP
  • Entidades convocam manifestação contra governador preso