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| Foto: Omar Freire/Imprensa MG

Paulista só vai oficializar que é candidato no ano que vem

O governador paulista José Serra divulgou nota a respeito da desistência da pré-candidatura de Aécio Neves. No texto, ele elogia o mineiro, diz que Aécio é capacitado para exercer a Presidência e classifica a desistência do colega de partido como um gesto de "grandeza e desprendimento". Também afirma que compartilha da visão de Aécio de que o país precisa de união e não de divisão.

Com a iniciativa de Aécio, Serra passar a ser o único pré-candidato do PSDB. Aliados do paulista afirmaram, porém, que mesmo com a condição de candidato virtual à sucessão de Lula, Serra provavelmente não vai confirmar a candidatura antes de março.

O presidente do PSDB em São Paulo, deputado federal Mendes Thame, assegurou não ter a menor dúvida de que Serra só anunciará sua candidatura à sucessão no Palácio do Planalto no ano que vem. Thame afirmou que um anúncio neste momento seria "precipitado" e prejudicaria sua atuação no governo de São Paulo. "Na hora em que um governador anuncia que é candidato, a cobrança por fazer a pré-campanha fica insuportável. Prejudica o governo estadual e o estado."

O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, disse que a desistência do governador mineiro não altera a estratégia da campanha presidencial petista. Segundo Dutra, o PT vai focar a campanha na comparação dos oito anos de governo tucano com os oito anos do governo Lula, independentemente de quem seria o candidato adversário.

Belo Horizonte e Brasília - O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), anunciou ontem a desistência de sua pré-candidatura à Presidência da República. Com isso, abriu caminho para o partido ratificar o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), como o candidato tucano à sucessão do presidente Lula. Nos bastidores, Serra já era considerado favorito para ser indicado.

O anúncio foi feito ao lado do presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Aécio defendia a realização das prévias dentro do partido para escolha do candidato tucano. Mas a ideia era rejeitada pelo grupo de Serra, que defendia que a escolha fosse feita somente em março – o que não daria tempo para a realização do processo interno de escolha.

Na carta em que anunciou a desistência da candidatura, o mineiro lamentou a decisão do partido de não realizar as prévias. "Defendi as prévias como importante processo de revitalização da nossa prática política. Não as realizamos, como propus, seja por dificuldades operacionais de um partido de dimensão nacional, seja pela legítima opção da direção partidária pela busca de outras formas de decisão."

Aécio também criticou a estratégia do PT de mostrar o país dividido entre ricos e pobres no último programa eleitoral veiculado em cadeia de tevê, na quinta-feira da semana passada. No programa, o PT afirmou que o PSDB foi um partido que governou para os ricos.

"Devemos estar preparados para responder à autoritária armadilha do confronto plebiscitário e ao discurso que perigosamente tenta dividir o país ao meio, entre bons e maus, entre ricos e pobres. Nossa tarefa não é dividir, é aproximar", diz Aécio na carta.

Aécio afirmou ainda que o PSDB deve oferecer ao país uma proposta que unifique, em vez de dividir o país. "Defendemos um projeto nacional mais amplo, generoso e democrático o suficiente para abrigar diferentes correntes do pensamento nacional."

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que Aé­­cio Neves lhe explicou que desistiu da disputa em favor da unidade da legenda. Caso contrário, os dois – Aécio e Serra – travariam uma batalha pela indicação que poderia fragmentar o partido. Segundo Virgílio, o desafio agora será o de convencer Aécio a ser vice de Serra. "Seria ideal", disse Virgílio.

Processo reaberto

O Tribunal Regional Eleitoral de Minas decidiu ontem reabrir o processo contra Aécio por abuso de poder na eleição de 2008, quando apoiou o atual prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB). O processo havia sido extinto em junho, mas o Ministério Público recorreu e a ação foi reaberta. Aécio é acusado de liberar recursos durante a campanha e anunciar investimento de R$ 1,5 bilhão em obras e programas em Belo Horizonte.

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