A celebração da Inconfidência Mineira, ontem, em Ouro Preto (MG), serviu como plataforma da pré-candidatura presidencial do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). Sindicalistas, estudantes e representantes de movimentos sociais que programaram um ato público contra Aécio não tiveram acesso ao local do evento. Na praça, porém, não faltaram faixas e manifestações de apoio ao governador, que confirmou que no início do ano que vem irá se desincompatibilizar do cargo para se candidatar em 2010.

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Como pela legislação eleitoral ele terá de deixar o governo no início de abril do ano que vem, Aécio presidiu pela última vez a comemoração do 21 de Abril. Caso não se viabilize como presidenciável tucano, o governador irá disputar uma cadeira no Senado. Mas na solenidade de ontem, marcada pela pré-comemoração do Ano da França no Brasil, não faltaram menções e manifestações de apoio ao projeto presidencial do governador mineiro.

Anfitrião, o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo (PMDB), foi enfático em seu discurso, afirmando que o nome do governador é o que oferece ao país a certeza de "novas perspectivas". O prefeito observou que os "ventos da mineiridade são favoráveis" a Aécio em 2010, lembrando que o próximo ano marcará o centenário de nascimento de Tancredo Neves; os 50 anos da inauguração de Brasília por Juscelino Kubitschek; e os 25 anos da redemocratização, "liderada por Tancredo".

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Credenciados por uma fita azul no pulso, militantes do PSDB tiveram acesso à solenidade e levaram bandeiras e faixas de apoio ao governador. A plateia na praça também era composta por uma claque do PMDB, vestidos com camisas de apoio ao ministro das Comunicações, Hélio Costa, pré-candidato do partido ao governo de Minas.

Em seu discurso, Aécio reiterou a cobrança por reformas e falou em tom de despedida: "Procurei, a cada segundo dos últimos anos, honrar a nossa bandeira, a bandeira sob a qual nos reunimos aqui hoje."

O evento teve telões espalhados pela praça, tapete vermelho e a participação de diversos artistas. Com o lema "Liberdade, ainda que tardia", que inspirou a Inconfidência, 236 pessoas ao todo foram homenageadas, entre autoridades brasileiras e francesas.