Representantes de seis das principais agências de modelos do país vão passar a exigir exames médicos das modelos a cada período máximo de seis meses. A medida é uma reação à morte, na terça-feira (14), da modelo Ana Carolina Reston, de 21 anos, por males relacionados à anorexia nervosa. A medida foi anunciada durante um encontro nesta sexta-feira (17), em São Paulo, por representantes das agências L'Equipe (a mesma de Ana Carolina), Ford Model, One, Merlin, Elite e Mega Model.
"Vamos pedir os hemogramas completos das meninas. Queremos mostrar que as adolescentes que buscam a perfeição e fazem dietas malucas sonhando ser modelos não vão chegar lá", disse a diretora da Ford Model no Brasil, Denise Céspedes.
O diretor da Mega Model Agency, Eli Hadid, admitiu que a exigência periódica do exame vai "dar trabalho", mas disse estar alarmado com a busca pela magreza. "As agências de modelos têm um papel social muito importante. Estou preocupado em acabar com essa loucura das meninas que fazem regimes malucos", disse.
Contrariando o que a moda costuma ditar, Eli afirmou que a beleza é o mais importante. "Modelo não é esquálida. A gente não vai atrás de magreza, mas de beleza, que está relacionada à saúde." Ele pediu que a exigência de exame periódico vire lei.
Olheiro da agência L'Equipe, Ademir Albino, considerou excelente a decisão. "É um primeiro passo porque a gente acaba inibindo essas meninas que querem ficar magras e vão procurar as agências." Ele sugere que, para evitar problemas de saúde, as adolescentes que querem ser modelo procurem um médico antes.
Top model desde os 9 anos, Franciele Almeida, de 16, também apoiou a exigência dos exames. "Apresentar exame de sangue é melhor do que a imposição de metas, como a de atingir IMC (índice de massa corporal) 18 (valor recomendado pelos médicos). Não é todo o mundo que emagrece fácil", disse a jovem, que tem 1,75m, 90cm de quadril e veste manequim 36.
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