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A guerra pelo domínio de território entre milícias e traficantes no município do Rio provocou pelo menos cinco mortes e 10 feridos - sendo uma das vítimas uma criança - na Ilha do Governador e em Cordovil, ambos bairros da Zona Norte, neste fim de semana. Bandidos estariam tentando retomar as favelas do Barbante e Vila Juaniza, na Ilha, e na Cidade Alta, em Cordovil, onde milícias têm agido.

A Polícia Militar ocupou as favelas do Barbante e Vila Juaniza, neste domingo, informou o comandante do 17º BPM, coronel Célio da Cunha Pedrosa. Ele disse que traficantes liderados por Marcelo PQD tentaram invadir os morros e houve tiroteio, na noite do sábado. Os bandidos não teriam conseguido deixar a Ilha e, para prender os traficantes, a polícia fez uma blitz na saída do bairro. Por volta das 11h deste domingo, os motoristas enfrentavam longo congestionamento na Estrada do Galeão.

Há a informação ainda de que alguns traficantes teriam tentado fugir a pé pela mata. Um helicóptero também sobrevoou a área para tentar achá-los, durante a manhã. Quatro pessoas morreram no confronto na Ilha. Dois deles eram policiais militares, que atuariam em milícias. Morreram ainda um traficante e um morador.

Criança é uma das vítimas

Na Cidade Alta, em Cordovil, os moradores acordaram na manhã deste domingo com a troca de tiros entre bandidos. Os traficantes teriam tentado entrar na região para retirar milícias de várias comunidades que invadiram a região no sábado. Policiais 16º BPM (Olaria), responsável pelo patrulhamento da área, foram para o local. Uma pessoa morreu e nove pessoas foram feridas no confronto, entre elas uma criança de 11 anos. O sargento Alex Sarmento Mendes foi baleado no olho direito durante a troca de tiros na manhã do domingo. Ele foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu ao ferimento e morreu à tarde. Três das vítimas seriam moradores que trabalhavam em uma feira na Cidade Alta.

Na madrugada do sábado, grupos armados da Praia de Ramos e de favelas de Jacarepaguá teriam se unido para tomar a Cidade Alta. Segundo pessoas da comunidade, antes da entrada dos milicianos - um grupo de cerca de cem homens encapuzados - um Caveirão abriu caminho para a invasão. Os traficantes teriam fugido. Dali haviam saído os bandidos que, às vésperas do réveillon, queimaram oito pessoas dentro de um ônibus.

Durante a invasão, o cantor Elymar Santos fazia show na quadra do Bloco da Barriga, que fica próximo ao Destacamento de Patrulhamento Ostensivo. Os milicianos teriam se concentrado bem próximos à cabine policial. Por causa da confusão, o cantor interrompeu a apresentação. Mas depois da intervenção do presidente do bloco, Elymar voltou ao palco.

O clima ficou tenso durante toda a madrugada. Já na manhã de ontem, a ordem era que o transporte de Kombis na favela fosse interrompido e que o comércio da região só abrisse as portas depois do meio-dia. Até o sábado, o 16º BPM não confirmava qualquer anormalidade na comunidade.

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