O governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez de seu discurso de posse nesta quinta-feira (1º) uma espécie de prévia do tom que deverá adotar nos próximos quatro anos em relação ao PT. Com críticas indiretas ao governo federal, o tucano fez durante toda a sua fala referências ao cenário nacional, disse ter o dever de fugir de "falsos dilemas" e avaliou que o povo em São Paulo rejeitou nas últimas eleições o "populismo fácil". "Não nos enganemos: vivemos em um país injusto", criticou. "São necessárias iniciativas que alavanquem o potencial do indivíduo, sem tutelá-lo", acrescentou. Segundo o tucano, as políticas de distribuição de renda não devem criar uma espécie de "nova servidão". Para ele, é necessário fugir do "falso dilema" do "Estado mínimo em oposição ao intervencionista". "E do falso dilema do paternalismo que sufoca em oposição ao liberalismo extremo, insensível: dois enganos distantes da dura vida real", ressaltou. Em meio ao escândalo da Petrobras, o governador defendeu que o Brasil precisa "livrar-se da máquina corrupta", que, segundo ele, "insiste em sequestrá-lo". Segundo ele, é necessário elevar o padrão da política. "Os brasileiros de São Paulo repudiam o aparelhamento da máquina pública", afirmou. Em outra crítica indireta ao governo federal, o governador censurou o "populismo orçamentário" e disse que o "otimismo irresponsável" na área econômica custou caro ao país. "Ou todos, incluindo governo e oposição, convergem para recuperar a economia e aprovar reformas essenciais, ou 2015 será outro ano perdido", afirmou. Na avaliação dele, São Paulo tem dado mostras de que o Brasil pode crescer mais do que têm crescido atualmente.
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