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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) saiu em defesa nesta quarta-feira (2) dos secretários estaduais cujos os nomes estão presentes em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral Rodrigo Janot. A Procuradoria-Geral da República pediu ontem que seja autorizado o prosseguimento das investigações que apuram a participação dos secretários José Aníbal (Energia) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico) no caso da Siemens.

Como os dois são deputados federais licenciados, é preciso que o STF autorize investigações sobre eles. A expectativa é que o ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo, permita o prosseguimento das investigações.

O governador defendeu a investigação, mas ressaltou que não se pode condenar ninguém por antecipação. Segundo ele, há por enquanto "a palavra de uma única pessoa". "Nós confiamos nas instituições, sempre defendemos as investigações. Agora, tem a palavra de uma única pessoa, o que existe é isso. Então, vamos aguardar a decisão que será tomada pelo STF", afirmou.O governador lembrou que o parecer registrou que, no atual ponto das investigações, não há fatos concretos que vinculem a supostas irregularidades o secretário Edson Aparecido (Casa Civil) e o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP).

Para ele, é importante que a investigação seja rápida para "não ficar esse tormento na vida das pessoas". O governador autorizou nesta manhã o início de um programa na área de Segurança Pública, em evento na sede do governo estadual."Nós precisamos ser justos, há a palavra de alguém. Imagine se você já condena por antecipação? Vários nomes, como o caso de dois deputados federais - um deles secretário -, a Procuradoria disse que não tem nada a ver com isso. Nós precisamos ter cuidado para ser justo", disse.

Cartel

Em julho de 2013, a Folha de S.Paulo revelou que a multinacional Siemens delatou a autoridades antitruste a existência de um cartel em licitações para obras e serviços de manutenção do Metrô de São Paulo e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Documentos da Siemens entregues ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) mostravam que o governo de São Paulo, controlado pelo PSDB, teria dado aval ao conluio. A empresa fez acordo que lhe garantirá imunidade se as denúncias forem comprovadas. Além da Siemens, o cartel envolveria Alstom, Bombardier, CAF e Mitsui.

Em São Paulo, o esquema teria começado em 1998, no governo Mário Covas, e ido até 2008, passando pelos também tucanos Geraldo Alckmin e José Serra. Apesar de a Siemens negar pagamento de propinas a políticos, um ex-diretor da empresa disse nomes à Polícia Federal. A Justiça Federal enviou a investigação ao STF.

Ele diz ter ouvido de um diretor da CPTM que receberam propina Edson Aparecido (PSDB), chefe da Casa Civil de Alckmin, Rodrigo Garcia (DEM), secretário de Desenvolvimento Econômico, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e o deputado estadual Campos Machado (PTB). Todos negam.

O inquérito sobre a Siemens é desdobramento de outro, de 2008, sobre o pagamento de propina pela Alstom a políticos do PSDB e servidores de São Paulo. Entre os indiciados está o vereador Andrea Matarazzo (PSDB). Ele nega a prática de crime.O caso foi reaberto após a Justiça da Suíça ficar três anos sem resposta do procurador Rodrigo de Grandis, que cuidava do assunto no Ministério Público Federal. Ele diz ter arquivado o pedido em uma pasta errada.

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