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Curso de reciclagem de motoristas: taxa terá acréscimo de 267% | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
Curso de reciclagem de motoristas: taxa terá acréscimo de 267%| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

Placa clonada

Assembleia aprova gratuidade

Outros dois projetos relacionados ao trânsito no Paraná também tramitam na Assembleia Legislativa. Um deles, aprovado ontem em primeira votação, prevê que o Detran forneça gratuitamente uma nova placa aos motoristas que tiveram a placa do veículo clonada. De acordo com a justificativa do autor da proposta, o deputado Caíto Quintana (PMDB), "a clonagem vem causando grandes aborrecimentos a inúmeros proprietários de veículos, que inesperadamente recebem notificações sofre infrações de trânsito que não cometeram".

Parcelamento

Já o projeto do deputado Mauro Moraes (PSDB), que foi apresentado na última segunda-feira e ainda precisa passar pelas comissões da Casa antes de ir a plenário, permite o parcelamento de IPVA atrasado em 12 meses. Se aprovada, a regra só valerá para casos que ainda não tenham entrado na dívida ativa do estado. Segundo dados da Secretaria Estadual da Fazenda, a inadimplência no IPVA chega hoje a 30%.

Euclides Lucas Garcia

Governistas de hoje barraram aumento em 2007

A última tentativa do governo do Paraná de aumentar as taxas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) foi em 2007 e não deu certo. Os deputados de oposição na Assembleia – hoje integrantes da base de Beto Richa (PSDB) – se uniram, isolaram os governistas, e forçaram o então governador Roberto Requião (PMDB) a retirar o projeto para evitar uma derrota em plenário. Na época, a Gazeta do Povo ouviu os 54 parlamentares e a maioria, 30 deles, eram contra o "tarifaço".

Leia a matéria completa

  • Mauro Moraes: proposta para parcelar em 12 vezes o IPVA atrasado

O projeto de lei do governador Beto Richa (PSDB) que aumenta as taxas do Departamento Estadual de Trânsito do Paraná (Detran), enviado na segunda-feira à Assembleia Legislativa, também cria 20 novas tarifas a serem cobradas dos motoristas e donos de veículos a partir de 2012. Na prática, porém, o paranaense terá mais seis taxas do Detran, já que a proposta prevê a extinção de 14. Com isso, o departamento passará a ter 82 taxas. O governo alega que a criação e extinção de tarifas é uma forma de adequar os serviços prestados pelo Detran do Paraná ao Código Nacional de Trânsito.

Confira qual é o novo valor para as taxas do Detran e as novas tarifas que serão criadas

A Gazeta do Povo também apurou que o projeto de lei prevê reajuste de até 500% em algumas taxas. Ontem, a Gazeta do Povo havia divulgado, com base em um levantamento preliminar, que a proposta aumentaria as taxas em até 183%. A reportagem teve acesso apenas nesta terça-feira à planilha completa dos preços das taxas do Detran neste ano e à íntegra dos valores propostos de reajuste para 2012 (veja tabela). Na média, o aumento das taxas será de 50%.

O maior reajuste será na taxa de Autorização Prévia para Confecção de Placas, quando a placa de um veículo é roubada e o motorista solicita uma nova. A taxa, que hoje é de R$ 10,82, vai para R$ 64,92 – variação de 500%. O mesmo índice e valores serão aplicados para instalação do lacre na placa. Outro serviço que vai sair caro para o mo­­­torista paranaense será o de alterar dados no cadastro do Detran. Hoje o custo é de R$ 15,49, mas pela nova proposta o valor será de R$ 85,19 – aumento de 450%.

Um dos serviços mais procurados pelo cidadão – o curso de reciclagem de motoristas – vai subir 267% – dos atuais R$ 65,24 para R$ 239,40.

Apenas duas tarifas devem ser reduzidas: a do Curso de Atualiza­­­ção para Profissionais Habilitados em Cursos Especializados (que cai de R$ 418,52 para R$ 124,25 – ou 70%); e a Perícia Tecnica e Médica Especial, com queda de 19%, de R$ 92,97 para R$ 75,00.

Reação na Assembleia

Deputados governistas e de oposição reconhecem que o aumento de taxas é polêmico e antipopular. Por isso, a intenção da base de Ri­­­cha seria a de abreviar as discussões nas comissões da Assembleia e evitar desgaste político. Uma es­­­tratégia que os governistas estariam cogitando seria transformar a sessão plenária da Casa da próxima terça-feira em comissão geral – quando os projetos não precisam passar pelas demais comissões para serem votados no plenário. Para isso, são necessárias as assinaturas de 18 dos 54 deputados.

O projeto provocou polêmica entre as bancadas de governo e oposição na sessão de ontem. O deputado Tadeu Veneri (PT) classificou como surpreendente o fato de os parlamentares da base de Richa, que sempre criticaram ajustes semelhantes ao longo dos oito anos da gestão de Roberto Requião (PMDB), tentarem justificar o aumento atual. "As mesmas críticas dos últimos anos hoje são relativizadas. Se aquilo era considerado por eles um assalto aos cofres públicos, o que dizer agora?", questionou Veneri.

Coube ao líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), fazer a defesa do projeto. O tucano afirmou que os porcentuais previstos no projeto não são aumentos, mas a recomposição dos valores, que ficaram sem correção nos últimos anos. De acordo com Traiano, a pressa na aprovação da matéria se deve à urgência por investimentos na segurança, que receberá 80% da arrecadação obtida com os reajustes das taxas. "A população cobra programas e ações rápidos do governo nessa área. Por isso é preciso agilizar a tramitação da matéria."

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