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O ex-coordenador de plano de governo da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), Alessandro Teixeira, disse hoje não ver problema em um presidente da República encontrar-se com empresários. Questionado sobre o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Silvio Santos, em setembro, dois meses antes da liberação de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) ao Banco Panamericano (do empresário do SBT), Teixeira disse que o encontro entre um presidente da República e o empresariado é normal. "O fato de um grande empresário ver o presidente é natural", disse, após participação no Fórum de Sustentabilidade promovido pela revista Exame, em São Paulo.

Em Moçambique, o presidente Lula negou nesta manhã que tenha discutido com o empresário, no encontro, qualquer tema envolvendo o Panamericano. "Isso não é assunto de presidente da República. É assunto comercial do Banco Central", afirmou. Teixeira alegou que desconhecia o assunto porque acabara de voltar de viagem e não quis comentar o imbróglio envolvendo o banco de Silvio Santos. "Não comento especulação", justificou.

Durante o evento, além de defender o crescimento sustentável como prioridade do próximo governo, Teixeira disse que os ministros de Dilma Rousseff deverão ter um perfil técnico. Teixeira alegou que o Estado está se profissionalizando e que a discussão agora é a eficiência na gestão. "Dilma demanda muito e é muito exigente. Se (o ministro) não tiver embasamento técnico, dificilmente continuará no governo", comentou em sua palestra.

Teixeira - presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e cotado para ser ministro da futura pasta de Pequenas e Médias Empresas - disse estar "muito contente" com o que faz hoje e negou que tenha interesse em assumir o novo ministério. "Cargo para mim será o que tiver de ser", afirmou.

Embora não tenha sido convidado oficialmente para integrar o novo governo, o ex-coordenador de plano de governo defendeu a criação de uma pasta exclusiva para pequenos e médios negócios para que o setor, que reúne 5 milhões de empresas, ganhe competitividade no exterior. Convidado pelo fórum como representante do governo Dilma, ele criticou que vários setores da economia brasileira ainda tenham sua competitividade atrelada ao câmbio, o que vem prejudicando as exportações em tempos de guerra cambial. "Não podemos deixar um setor da economia em que só um fator de competitividade seja o câmbio", defendeu ao se referir no investimento em qualidade dos produtos que são exportados.

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