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Em tramitação na Casa há uma semana, o projeto do Executivo começará a ser discutido nesta terça . | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Em tramitação na Casa há uma semana, o projeto do Executivo começará a ser discutido nesta terça .| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

No momento em que os próprios servidores aceitam a votação do projeto da Paranaprevidência – com alterações pontuais –, foi a base aliada na Assembleia Legislativa (Alep) que se rebelou contra o governo do estado. Nesta segunda-feira (13), o líder governista, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), se viu obrigado a retirar um requerimento pedindo regime de urgência na tramitação da proposta, sob risco de ser derrotado pelos colegas de bancada. “Respeito o papel da oposição. Mas quem está na base tem a tarefa de governar este estado”, desabafou.

Quem está na base tem a tarefa de governar este estado. [...] Do jeito que está, fica impossível de votar qualquer coisa. A Assembleia poderia entrar em recesso. Cada um tem livre arbítrio aqui, mas precisa votar, seja a favor ou contra.

Luiz Claudio Romanelli (PMDB, à esquerda na foto), líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná.

Em tramitação na Casa há uma semana, o projeto do Executivo começará a ser discutido nesta terça (14) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com a presença do consultor Renato Follador, idealizador da Paranaprevidência. Em paralelo, Romanelli segue discutindo com os servidores possíveis alterações ao texto da matéria.

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Os problemas para o parlamentar, porém, vieram de onde ele menos esperava. Assim que o peemedebista apresentou o pedido de urgência para acelerar a tramitação da proposta, rodinhas começaram a se formar em plenário de aliados contra a medida. Segundo alguns deputados, o mentor da rebelião foi Francisco Bührer, líder do PSDB, partido do governador Beto Richa.

“Como há uma grande divergência na base, não tenho segurança de vencer a votação. Por isso vou discutir o requerimento e, se for o caso, reapresento amanhã [terça-feira,14]”, afirmou Romanelli em plenário.

Ao fim da sessão, o líder do governo mesclava uma enorme irritação com os colegas com um sentimento de ter sido traído. “Fiz diversas reuniões com a bancada e expliquei cada detalhe do projeto. Mas quando o líder do PSDB está na oposição, eu não tenho condão para promover um amplo consenso”, lamentou. “Do jeito que está, fica impossível de votar qualquer coisa. A Assembleia poderia entrar em recesso. Cada um tem livre arbítrio aqui, mas precisa votar, seja a favor ou contra.”

Bastidores

Em público, os rebeldes dizem ver com receio a decisão de acelerar a tramitação da proposta e passar novamente ao funcionalismo a impressão de que o governo quer atropelar o debate. “As coisas estão num trâmite bom, com um diálogo aberto com os servidores. De repente, se o projeto não andar na Casa, talvez valha a urgência. Mas hoje, isso vai romper essa discussão”, justificou Bührer. “Temos que agir com bom senso. Não se trata do governo Richa, mas do estado do Paraná.”

Nos bastidores, porém, comenta-se que a rebeldia tem relação, na verdade, com o não atendimento dos pedidos feitos ao governo − seja por verbas, obras ou cargos −, em meio às atuais dificuldades financeiras. O descontentamento se explica porque, normalmente, é essa tríade que garante a reeleição dos parlamentares aliados.

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