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Envolvido diretamente na apuração dos escândalos da crise política em Brasília – como integrante da CPMI dos Correios – o senador Alvaro Dias (PSDB) afirma que tem outras prioridades para debater e que a campanha de 2006 só deve ser discutida no ano que vem. Contudo, ele não nega que se apresenta como possível candidato ao governo do estado. Principalmente porque o mandato no Senado acaba no próximo ano e o tucano precisa definir seu rumo político.

Para Alvaro, a crise política terá influência em todo o país e mudará a forma de se fazer política. "A população está tendo a oportunidade de avaliar o desempenho dos seus representantes", considera. Ele avalia que as últimas disputas foram marcadas pelo apelo emocional – o que não deve se repetir no ano que vem. "Será uma eleição mais racional, sem emocionalismos e exageros", prevê. Além disso, os escândalos envolvendo denúncias de caixa 2 devem resultar em campanhas melhor fiscalizadas, mais próximas do cumprimento da legislação.

Para Alvaro, as alianças perdem força em função desse cenário. "A soma de eventuais apoiamentos pode levar um candidato à vitória ou à derrota", reforça. Para ele, a partir de agora a questão vai depender muito mais da imagem, numa relação muito mais direta com o candidato. "O eleitor vai dispensar, como nunca, os intermediários", pondera. O senador defende que há uma valorização exagerada da importância das coligações como definidoras de resultado de eleição. Na mesma linha, a influência do apoio dos prefeitos será menor do que sempre foi.

Alvaro acredita que a campanha estadual manterá a tendência geral de bipolarização, numa disputa direta de forças entre dois fortes grupos políticos. Nesse cenário, o senador analisa que está longe de uma decisão pessoal. "Confesso que já estive mais próximo de uma eventual candidatura", diz. Com um tom pesado na voz, ele declara que não tem sido estimulado pelos políticos do Paraná a concorrer no pleito de 2006. "Boa parte dos políticos não gostaria de me ver disputando o governo", acrescenta. Segundo o tucano, essa postura até o teria afastado das discussões sobre a candidatura.

"Se hoje me perguntassem se eu desejo ser candidato ao governo, eu diria não", enfatiza. "Mas como a eleição não é hoje...", complementa. Ele afirma que seu nome não será "dificuldade" para impedir a candidatura de ninguém, mas defende que a população decida quem deve estar na disputa. "É evidente [que esse posicionamento] que deve ser através de pesquisas", diz. Alvaro avalia que não há outro jeito mais apropriado para conhecer o anseio popular. "Tenho convicção de que quem não age dessa forma está condenado ao fracasso", salienta.

O projeto tucano para o governo do estado não está pronto, mas o senador enfatiza que o fato de ter sido governador lhe dá a condição de acumular bons projetos para o estado. "São propostas permanentes, não eleitoreiras", diz. Para Alvaro, a população está cansada de propostas não cumpridas. "Vai contar muito mais o que o político pode provar que já fez e muito menos as promessas que é capaz de fazer". O que ele chama de irresponsabilidade verborrágica estaria com os dias contados.

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