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Alvaro Dias: “Não me preocupei” | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Alvaro Dias: “Não me preocupei”| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O paranaense Alvaro Dias (PSDB) seria um dos cinco senadores que tiveram telefonemas monitorados nos últimos meses pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de acordo com reportagem da revista Veja desta semana. Ele disse ontem que já tinha sido alertado sobre a possibilidade de estar grampeado, mas preferiu não se manifestar. "Não ia fazer uma denúncia que poderia parecer apenas autopromoção."

O departamento jurídico do gabinete do tucano chegou a enviar um ofício a um juiz federal para a realização de uma varredura na casa dele, em Curitiba, no começo do ano. "Desisti na última hora porque tinha convicção de que era um grampo governamental. Nunca me preocupei com o teor das minhas conversas, o que me incomoda é o hábito fascista do governo de bisbilhotar a vida das pessoas."

Além de Alvaro, outros dois senadores do PSDB teriam sido gravados pela agência: Arthur Virgilio (AM) e Tasso Jereissati (CE). O grampo também teria atingido aliados da base governista, como o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) e o primeiro vice-presidente, Tião Viana (PT-AC). O acreano é um dos nomes mais fortes para a sucessão do peemedebista, em fevereiro do ano que vem.

Garibaldi reuniu-se ontem à tarde com o presidente Lula e cobrou "medidas enérgicas" para resolver a questão. Alvaro, que passou o dia em Cascavel, na Região Oeste do Paraná, declarou que o governo deve apoiar a realização de uma investigação judicial sobre o caso, que envolva a procuradoria-geral da República, e não sugerir uma sindicância interna.

Caso dossiê

Há quatro meses, o senador esteve envolvido em outra polêmica com o Palácio do Planalto. Alvaro foi acusado de vazar para a imprensa dados sobre um dossiê feito pela Casa Civil com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no auge do debate da CPI dos Cartões Corporativos.

O paranaense teme que Lula adote a mesma postura do caso dossiê em relação aos grampos. "Naquela época, o presidente pôs gente da Casa Civil para investigar irregularidades de funcionários da própria Casa Civil. Chega de colocar cabrito cuidando de horta."

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