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Ameaçado de perder o cargo na reforma ministerial, o ministro Brizola Neto (Trabalho) escancarou a guerra contra desafetos políticos, principalmente contra o presidente do PDT, Carlos Lupi. O ministro assumiu a pasta em maio do ano passado no lugar de Lupi, atual presidente do PDT e quem de fato domina o partido há nove anos. Entrou como uma espécie de "cota pessoal" de Dilma Rousseff depois que seu desafeto deixou a pasta sob suspeita de irregularidades.

Como o ministro não conseguiu apaziguar a guerra interna no PDT, o governo deve fazer a mudança para restabelecer o controle de Lupi sobre a pasta.

A ala do partido comandada pelo ex-ministro ameaçou romper com o governo Dilma se o Planalto insistisse manter Brizola Neto na Esplanada.

O ministro afirma que não se pode ter apego ao cargo e que é preciso ver o processo do ângulo da governabilidade e do processo eleitoral, mas reclama da forma como a troca está sendo articulada pelos pedetistas.

"Quando eles vão à presidente dizer que querem indicar outro presidente, outro ministro, precisam do diretório para fazer isso. Eles usurpam o poder do diretório", diz reclamando da conversa que Lupi teve com Dilma.

O ministro tenta montar uma chapa para disputar a eleição prevista para o próximo dia 22, na convenção nacional do partido. Lupi é candidato à reeleição.

"Pela inércia da maioria dos dirigentes, Lupi se apropriou da burocracia partidária". Para ele, há uma tentativa de se "produzir um jogo de cartas marcadas".

Lupi respondeu às críticas de Brizola Neto dizendo que o ministro age com "desespero". "Ele participou de todas as decisões que o partido tomou. Lamento que o desespero das pessoas, que não conseguem formatar uma disputa democrática, se dê nesse campo de agressões", afirmou Lupi, lembrando que o atual ministro é vice-presidente nacional do PDT.

No controle do partido desde 2004, Lupi afirma que conta com apoio da maioria dos pedetistas para ser eleito presidente. "Sou igual massa de pão, quanto mais bate mais cresce."

Sobre as centrais sindicais, Brizola Neto diz que não tem o apoio apenas do líder da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). "Ele rompeu não com o ministério, mas com o governo" e faz declarações "num tom muito acima do que seria equilibrado".

Sobrou farpas até para o presidente do PTB, Roberto Jefferson. O ministro disse que Lupi e Jefferson são dirigentes que se sustentam graças à "burocracia partidária, convenções provisórias e entrega do partido aos Estados". "O PDT é o antigo PTB. Esse PTB aí é uma fraude".

A reportagem não conseguiu falar com Roberto Jefferson, presidente do PTB, e Paulinho da Força, presidente da Força Sindical.

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