Uma série de ameaças por telefone e por e-mail levou o professor Bruno Daniel, irmão do prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado em 2002, a deixar o país junto com a mulher e os filhos. Uma de suas filhas, uma estudante de 22 anos, estaria sendo ameaçada de seqüestro e morte em mensagens deixadas no computador da família e também em telefonemas anônimos.

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Outro irmão do prefeito, o médico João Francisco Daniel, também mandou sua filha estudar no exterior. Segundo os irmãos do prefeito, as duas garotas seriam alvos de um seqüestro planeja-do na região do ABC. João Francisco garantiu que não deixará o Brasil, apenas continuará mudando de estado a cada dois anos, como faz desde a morte do irmão. Atualmente ele está morando na Bahia.

- Além de e-mails que começaram a chegar há cerca de um mês também fomos informados por uma pessoa que mora numa favela em Mauá (na região do ABC) que um grupo já estava armando para seqüestrar ou matar a minha a filha e a filha do Bruno. Por isso, decidimos que era hora delas deixarem o país - disse João Francisco, um dos primeiros a denunciar o esquema de corrupção na administração petista de Santo André.

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Para ele, Celso Daniel foi morto enquanto tentava desbaratar a quadrilha que agiadentro da própria Prefeitura. Segundo o médico, as ameaças, embora constantes desde 2002, quando Celso foi seqüestrado e morto, passaram a se tornar diárias há cerca de 30 dias. Em outubro do ano passado, em depoimento à CPI dos Bingos, Bruno e João Francisco reiteraram a tese de que a morte do prefeito estaria relacionada ao esquema de corrupção na prefeitura petista. Esse esquema arrecadou dinheiro para a campanha do PT à presidência em 2002. Segundo o Ministério Público, os empresários Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, Ronan Maria Pinto, e o ex-vereador Klinger Luiz de Oliveira (PT).

Os três estariam à frente da quadrilha, segundo os promotores. Ainda à CPI, os irmãos do prefeito reforçaram a acusação contra Gilberto Carvalho, atual chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo eles, Carvalho seria responsável em juntar a propina e encaminhar à direção nacional do PT, entregando-a nas mãos do então presidente do partido, José Dirceu.Por conta das ameaças, Bruno Daniel e sua mulher, Marilena, chegaram a ter proteção policial 24 horas por dia, esquema que se estendeu até a última terça-feira, quando ele partiu para um país da Europa. Por medida de segurança, o destino da família Daniel não foi revelado.