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O ministro da Defesa, Celso Amorim, não quis comentar diretamente a posição da ONU sobre a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o coronel Sebastião Curió Rodrigues de Moura. Na manhã desta sexta-feira (16), as Nações Unidas pediram ao Judiciário Brasileiro que leve à frente o indiciamento do militar. Segundo ele, a posição do governo sobre o assunto está expressa na criação da Comissão da Verdade.

"A minha posição é que nós temos para tratar destes temas a lei que criou a Comissão da Verdade. E vamos tratar da Comissão da Verdade com todos os aspectos que estão ali englobados. Vamos investigar tudo o que aconteceu, todos terão que cooperar para que se conheça a verdade e, ao mesmo tempo, a comissão incorpora também a Lei de Anistia", disse Amorim, durante visita ao Rio, onde participou pela manhã da cerimônia de imposição da Medalha Mérito Desportivo Militar, para condecorar atletas civis e militares que se destacaram em competições esportivas nacionais e internacionais.

O governo tem se comportado de maneira contraditória sobre o assunto - a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, elogiou a iniciativa e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou que o MPF não age de forma "adequada". Agora foi a vez de Amorim afirmar que o Ministério Público é um órgão autônomo e que "não vai dizer se ele está certo ou errado". "A nossa posição é de dar força à Comissão da Verdade com toda a integralidade que ela tem".

O ministro aproveitou para rebater algumas críticas de militares, que consideram a comissão um ato de revanchismo. "Vamos eliminar mitos, como esse de que a Comissão da verdade é revanchismo. Não é revanchismo, é a busca da verdade. E a verdade é a verdade. Não existe verdade de um lado de outro. Existe verdade".

Sobre a insatisfação e o manifesto de oficiais da reserva que criticaram o governo, Amorim acha que a situação está pacificada. "Eu não vou ficar (preocupado) com todo mundo que for se manifestar. Isso aí está controlado. Quer dizer, controlado não é uma boa palavra. Acho que ninguém pode aumentar as proporções. Claro que é uma coisa importante, os comandantes têm conversado a respeito. As coisas têm caminhado de uma forma adequada. Agora vamos olhar um pouco para frente", disse.

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