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Gleisi: PT vem se fortalecendo gradualmente no Paraná | Divulgação/PT
Gleisi: PT vem se fortalecendo gradualmente no Paraná| Foto: Divulgação/PT

O partido e o poder

Conheça os resultados do PT no estado e no país:

Brasil

Presidente da República

4 governadores (Acre, Bahia , Piauí e Sergipe)

12 senadores

78 deputados federais

112 deputados estaduais *

574 prefeitos **

4.163 vereadores **

Paraná

Nunca elegeu um governador

Nunca elegeu um prefeito em Curitiba

1 senador

4 deputados federais

6 deputados estaduais *

32 prefeitos **

297 vereadores **

* corresponde aos eleitos em 2006.

** corresponde aos eleitos em 2008.

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral.

O PT chegou ontem aos 29 anos de idade tendo conquistado a Presidência da República, quatro estados, mas não conseguindo o mesmo sucesso no Paraná. Não assumiu o governo do estado nem a prefeitura de Curitiba até hoje. Apesar da alta popularidade do presidente Lula, nas últimas eleições municipais o partido não venceu em nenhum dos grandes municípios do estado. Em 2008, foi vitorioso em 32 cidades, todas com menos de 50 mil habitantes.

A legenda já governou municípios importantes do Paraná. Nas eleições de 2000, obteve dez prefeituras. Três delas eram de grandes cidades: Maringá, Londrina e Ponta Grossa. Depois que Lula assumiu, em 2002, o partido conseguiu ampliar o número de administrações petistas, de modo que nas eleições municipais de 2004 a legenda ganhou 27 prefeituras. Chegou, inclusive, ao segundo turno em Curitiba, com chances reais de vencer. Porém Angelo Vanhoni acabou sendo derrotado por Beto Richa (PSDB). Das cidades grandes, contudo, naquela eleição restou apenas Londrina aos petistas, com a reeleição de Nedson Micheleti (PT).

Para o consultor em Sociologia Política Mauro Rehbein, não se pode dizer que o PT não esteja em uma posição de destaque no Paraná. "Mas os resultados mostram que o presidente Lula não foi um fator preponderante para os petistas vencerem no estado." Segundo Rehbein, as dificuldades do PT no Paraná são naturais, em função da própria origem sindical do partido.

Na avaliação de Rehbein, o Paraná é um estado mais conservador em relação à representação partidária e governos. "Se acompanharmos as eleições dos governos de Curitiba e do estado desde 1945, constata-se que o voto é personalista e com tendência a partidos tradicionais e conservadores." Rehbein considera que a maior dificuldade que o PT parece ter é a de formar novos líderes políticos, que conquistem cargos no Executivo. "Outro fator é a dificuldade que os partidos ideológicos, como o PT, têm em formar líderes com perfil carismático, pela natureza dos seus candidatos e eleitores. Faltam candidatos com capital político suficiente para fazer frente aos grupos políticos tradicionais dominantes."

Avanço gradual

A presidente do PT estadual, Gleisi Hoffmann, afirma que não é só no Paraná que o partido tem tido dificuldades, mas considera que a legenda avançou bastante. Para ela, o PT vem se fortalecendo gradualmente no estado. "Isso apesar de o Paraná ser, do ponto de vista político, mais conservador. Há uma dinâmica muito lenta de renovação." Gleisi considera que falta ao partido ser mais ousado para construir um projeto estadual. "No plano estadual ainda falta um projeto estruturado, o que passa por uma articulação política antecipada e formação de lideranças." Para superar as dificuldades que o PT tem no Paraná, Gleisi afirma que o partido vem organizando cursos de formação política.

Projeto claro

Na avaliação do deputado federal André Vargas, o PT tem de trabalhar com um projeto estadual mais consolidado para chegar ao governo do estado. "O PT fez a terceira votação no Paraná, atrás do PSDB e do PMDB. A conjuntura é boa para o partido", diz Vargas.

Já para o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), o partido não tem conseguido avançar no Paraná na mesma proporção que em outros estados. "Em 29 anos não conseguimos uma única vez conquistar a capital, como aconteceu em Belém, São Paulo e Porto Alegre." Veneri diz acreditar que não existe uma única resposta para esse fato. Porém, ele entende que o partido precisa ter um projeto claro para Curitiba e para o estado. "O PT não pode ter medo de apresentar uma posição definida aos seus aliados."

Para Veneri, o PT precisa se manifestar contra atos de governo que condene, mesmo se fizer parte da base aliada na Assembleia Legislativa. "Em casos como nepotismo e a aposentadoria dos deputados, precisamos ter uma ação mais definida. É preciso que o partido se manifeste sobre esses assuntos, dizendo se é contra ou se é favorável."

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