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Há três décadas, o Brasil vem batendo na tecla do ''combustível alternativo", tentando vender o álcool no mercado externo. Apesar disso, o conhecimento sobre o álcool no exterior é pequeno e muita gente tem medo de usar o produto brasileiro, por causa da desconfiança com a qualidade. Mas essa situação pode se reverter rapidamente com o endosso dos Estados Unidos à formação do mercado mundial de etanol, segundo o diretor de agroenergia do Ministério da Agricultura, Angelo Bressan.

Para Bressan, com a ajuda da maior economia do mundo, o álcool pode derrubar preconceitos no mercado internacional de forma mais rápida. Segundo investidores do mercado sucroalcooleiro, com a criação de regras mundiais de comercialização, o mercado de etanol ganharia a mesma cara das bolsas de negociação de petróleo: teria diferentes tipos de produto e um mercado futuro de preços, o que garantiria cotações relativamente previsíveis aos produtores.

Embora busque a redução das barreiras para a exportação do produto nos Estados Unidos, o mercado de álcool sabe que os benefícios da parceria com o país podem ir além disso. Alfred Szwarc, consultor da Unica, entidade que reúne os produtores de álcool e açúcar do estado de São Paulo, afirma que a intenção do presidente norte-americano George W. Bush de formar um mercado mundial de etanol é vital para os produtores nacionais.

A padronização internacional de qualidade já é cobrada pelos potenciais compradores de etanol, como a Europa e o Japão. Segundo Szwarc, o apoio americano pode ser uma boa oportunidade para buscar apoio para os padrões do álcool brasileiro. "Nós já passamos pela curva de aprendizado (do etanol). O Brasil tem uma certificação simples, mas que garante um produto de qualidade à indústria automobilística", afirma o consultor. Capacidade de produção

O diretor de agroenergia lembra que o Brasil tem todas as chances de aproveitar um crescimento exponencial do mercado internacional, pois poderia facilmente quadruplicar sua produção em dez anos, passando a produzir 70 bilhões de litros por ano, duplicando tanto a área plantada quanto a produtividade por hectare.

"A capacidade de produção do país é quase inesgotável", explica Bressan. Estimativas do Ministério da Agricultura, o país tem cerca de 22 milhões de hectares disponíveis para o plantio de cana-de-açúcar. Isso significa que para cada hectare hoje ocupado por cana de açúcar, existem outros três disponíveis para ampliar a produção.

O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que está negociando a exportação de 3,5 bilhões de litros para o Japão, afirma que as discussões sobre aquecimento global, aliadas ao apoio norte-americano no mercado externo, podem abrir portas para o combustível brasileiro em mercados hoje fechados. "O álcool é uma fonte alternativa ao petróleo. A posição é favorável, pois o mundo inteiro se preocupa com o aquecimento global."

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