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O secretário de Estado de Obras Públicas, Luiz Caron desistiu ontem de pedir exoneração do cargo, após tomar café da manhã com o governador Roberto Requião (PMDB). A escolha de permanecer no governo foi feita, segundo Caron, mesmo sem a garantia de que Requião irá mantê-lo na função no novo mandato.

"Tive uma boa conversa com o Requião e tudo ficou esclarecido", disse Caron. "Entramos no aspecto político, entreguei alguns documentos sigilosos do governo e tratamos de vários assuntos da secretaria, como cronogramas de obras e verbas. Para mim, ele não afirmou nada se eu vou ficar ou não como secretário", afirmou ele.

O afastamento de Caron veio à tona após a repercussão da bronca pública que ele levou de Requião, durante a cerimônia de posse, no dia 1.º de janeiro. No último domingo, seu filho Guilherme Richter Caron publicou uma carta na Gazeta do Povo na qual criticou severamente a atitude do governador.

No dia seguinte à publicação, Luiz Caron afirmou que não poderia "renegar" seu filho, não podia dizer que ele estava errado. "Considero que a nossa convivência acabou. O Requião poderia ter falado comigo. Mas não recebi nem retorno dele", afirmou o secretário, antes de mudar de idéia.

Ontem Caron decidiu que quer ficar no cargo. "O Guilherme é maduro e não o estou ofendendo. Ele entende minha situação", disse o secretário. "Conversei com o Guilherme. Acho que a carta foi boa porque precipitou minha conversa com o Requião. Eu não poderia pedir demissão porque, se a fizesse, estaria assumindo a culpa de um erro que não foi meu."

De acordo com o secretário, a situação familiar, entre ele e o filho, está resolvida. "O meu filho fez (escreveu a carta) por amor." Já a situação profissional, vai depender do governador. "O tabuleiro político está em aberto. Ninguém é dono do lugar. O Requião é quem decide", disse.

Segundo Luiz Caron, as ordens para que as obras da nova sede do governo – motivo da bronca – fossem feitas como estavam, com divisórias no gabinete, partiram da Casa Civil. "As plantas estavam assinadas pela arquiteta Ana Balbinot e a documentação com a assinatura da diretora-geral da Casa Civil (Jussara Borba Gusso). Não sei de quem foi a culpa ou se foi um erro de comunicação. Não estou culpando ninguém", disse.

A assessoria da Casa Civil informou que o órgão fazia parte de uma comissão que estava encarregada especificamente da concorrência por pregão eletrônico do imobiliário do novo prédio e que a diretora-geral estava ausente na época da definição do projeto.

Secretariado

O governador disse ontem que fará modificações na sua equipe de governo. Porém, não tem pressa em anunciar tais mudanças. "Alguma coisa será mudada, mas com calma. Eu ganhei a eleição. É uma continuidade do governo. Uma troca de secretariado pode até trazer um oxigênio à administração, mas interrompe uma série de obras que estão sendo viabilizadas porque o novo vai ter que aprender tudo", afirmou. Requião não respondeu se Luiz Caron continua à frente da Secretaria de Obras.

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