Tratoraço em 2014
Por meio da Comissão Geral, pelo menos três projetos relevantes foram aprovados através do "tratoraço":
25/02 - Criação do auxílio-moradia para juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça do Paraná.
25/02 - Projeto que institui a Fundação Estatal de Saúde (Funeas) entidade do governo paranaense que será responsável por gerir o sistema de atendimento médico no estado.
19/03 - Aumento do capital da Sanepar até o limite de R$ 4 bilhões, através da venda de ações preferências, sem direito a voto.
O que diz o Regimento atualmente?
A sessão plenária da Assembleia pode ser transformada em Comissão Geral por proposta conjunta de líderes ou por um terço dos deputados. O regimento da Casa diz que esse recurso pode ser utilizado para debater matérias relevantes, estudar "qualquer assunto", para discussão de projeto de lei de iniciativa popular e para comparecimento de secretário de estado.
A transformação do plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) em Comissão Geral, o chamado "tratoraço", pode ser proibida em 2015. A comissão especial que analisa o Regimento Interno da Casa propôs, em seu relatório final, acabar com o artifício que permite a votação acelerada de projetos de lei. A manobra só existe no Paraná.
Na comissão geral, os pareceres das comissões podem ser apresentados diretamente no plenário e várias votações podem acontecer em um mesmo dia. A tramitação de um projeto, que poderia durar semanas, pode ser resolvido em poucos dias com esse artifício. Nos últimos meses, a comissão geral foi usada várias vezes para a tramitação de propostas de interesse do governo estadual. Só em outubro do ano passado, os deputados analisaram 10 projetos de uma só vez a maioria envolvendo questões polêmicas.
O maior problema da comissão geral é a falta de debate sobre os projetos de lei. Como a votação é rápida, não dá tempo de os deputados discutirem pontos complicados do texto e nem de a sociedade debater o assunto amplamente. "Os projetos geralmente já vem articulados pelo governo e nós ficamos privados de uma discussão aprofundada. Precisamos prezar pelos valores parlamentares", comenta o presidente da comissão, deputado Pedro Lupion (DEM).
O parlamentar, porém, acredita que a proposta vá receber emendas nos pontos mais polêmicos. Ela ainda deve ser aprovada em plenário e não há data marcada para votação. "Queremos que ela seja analisada antes da metade do ano e do processo eleitoral", diz Lupion. Se aprovado, o projeto que altera o Regimento Interno da Assembleia passará a valer para a próxima legislatura, em 2015.
Outro ponto polêmico proposto pela comissão é o fim da possibilidade de reeleição para a Mesa Executiva incluindo do presidente da Casa. Eles também propuseram a regulamentação no regimento do fim das sessões secretas na Assembleia, a reestruturação das comissões técnicas permanentes e a necessidade de um vice-presidente para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), entre outros.
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