• Carregando...
Para os curitibanos, governador falha no diálogo com a sociedade | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Para os curitibanos, governador falha no diálogo com a sociedade| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
  • Veja que para a maior parte dos curitibanos a gestão de Requião está igual a anterior

Enquanto o presidente Lula (PT) e o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), aumentaram o índice de popularidade entre os curitibanos, o governador Roberto Requião (PMDB) ficou patinando no mesmo patamar. Ele não ganhou nem perdeu, de acordo com levantamento do Paraná Pesquisas encomendado pela Gazeta do Povo. A aprovação ao governo estadual está no mesmo patamar de um ano atrás e oscila na casa dos 50%.

Os números da pesquisa mostram que Requião já teve um reconhecimento bem melhor por parte dos moradores da capital. Em dezembro de 2006, às vésperas da posse do segundo mandato (iniciado em janeiro de 2007), ele alcançou sua melhor performance, com índice de 62,7% de aprovação. De lá para cá, o governador iniciou uma tendência de queda e chegou ao seu pior desempenho em dezembro de 2007, com 48,6% de aprovação. O porcentual teve pequena variação até dezembro de 2008 e hoje está em 51,7%. Já o nível de desaprovação, atualmente em 44,4%, fica bem acima do obtido por Lula (20,6%) e Richa (8,9%). Também cresceu em relação ao mandato anterior, quando a gestão Requião era desaprovada por 33,3% dos curitibanos.

Para a maioria dos entrevistados – 48,2% –, o atual mandato de Requião, iniciado em 2007, pouco mudou em relação ao anterior, entre 2003 e 2006. Para 26%, a administração estadual piorou. E para 24%, melhorou. A parcela da população que está mais satisfeita com o trabalho de Requião tem mais de 60 anos de idade (57,5%). Entre os jovens (16 a 24 anos), o governador tem seu pior desempenho. Quase metade dos curitibanos dessa faixa etária desaprova a gestão dele.

Sobre os acertos do governador neste segundo mandato, os curitibanos elegeram a pavimentação de estradas como o principal deles, com 20,6% das citações – os entrevistados podiam mencionar duas opções. Para outros 14%, Requião saiu-se melhor até agora na área de educação, seguido pelas ações em saúde, com 12,6%.

No entanto, dois dos carros-chefe do discurso do governador, que são o combate à corrupção e a transparência na aplicação do dinheiro público, não estão sendo bem avaliados pelos curitibanos. Apenas 4% consideram que o combate à corrupção é uma das ações em que a gestão de Requião está se saindo melhor. Só 3,2% consideram que Requião têm êxito ao administrar com transparência. Outra bandeira da gestão que está deixando a desejar é o diálogo com a sociedade. Apesar dos investimentos na Rádio e na TV Paraná Educativa, veículos oficiais do governo estadual, apenas 2,5% dos entrevistados consideram que Requião faz um bom trabalho nessa área – para 4,8% dos curitibanos, o diálogo é uma das piores áreas da administração.

Para o especialista em gestão urbana Denis Alcides Rezende, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), os números indicam uma divisão clara do eleitorado em relação ao governador. "Ao contrário do presidente Lula, Requião é antipático, mas tem também um lado realizador, que acaba gerando certa aceitabilidade da população", diz. "Ele faz o estilo ou você ama ou odeia."

A aceitação de Requião permanece sempre com os mesmos índices, na avaliação de Rezende, por causa do estilo considerado "agressivo" do governador. A popularidade tem depende do momento. "Quando Requião se envolve em brigas públicas, a aprovação do governo cai, mas volta a aumentar diante de campanhas, como por exemplo, contra o preço da tarifa de pedágio", afirma Rezende.

Para o cientista político Ricardo Oliveira, da UFPR, Requião se envolveu em mais polêmicas envolvendo sua imagem neste ano e as críticas a seu governo continuaram no mesmo patamar. Esse conjunto justificaria a estagnação dos índices de aceitação. "O Requião sempre apareceu em mais escândalos na mídia do que o presidente Lula, como o fogo amigo dentro do seu próprio secretariado e o nepotismo. São atitudes menos carismáticas e de maior confronto do que as do Lula, que acabam desagradando a um segmento da opinião pública."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]