Com 18 milhões de habitantes, o ensolarado estado americano da Flórida passou a ser procurado por quem deseja encontrar um clima agradável durante praticamente todo o ano, mas começa a ser conhecido também como o paraíso das armas. Rastreamento efetuado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos revela que a maior parte das armas americanas apreendidas com bandidos do Rio veio de lá.

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O contrabando é feito por brasileiros, segundo a Subcomissão Especial de Armas e Munições da Câmara dos Deputados em Brasília, que pediu o rastreamento de 3.654 armas de fabricação americana apreendidas na ilegalidade pela polícia no Rio entre 1998 e 2003.

Trabalhando com uma amostragem de 856 armas, enviada ao Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives (ATF), do Departamento de Justiça dos EUA, a subcomissão descobriu que 34,46% vieram dos EUA e a maioria, do Estado da Flórida.

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Ainda segundo a subcomissão, que contou com o apoio técnico da ONG Viva Rio, cerca de 74% dessas armas são de uso restrito (proibidas a civis pela legislação do Brasil). Dessas armas, 23% eram fuzis e 10,6%, excedentes de armamento de guerra dos EUA. E o mais surpreendente: de 133 compradores identificados, 43 eram brasileiros. A subcomissão descobriu ainda que 56% dos brasileiros são residentes nos Estados Unidos.

O deputado federal Raul Jungmann, presidente da subcomissão, explicou que os dados foram solicitados quando ainda funcionava na Câmara dos Deputados a CPI sobre Organizações Criminosas do Tráfico de Armas (CPI das Armas), que concluiu seus trabalhos em novembro do ano passado. Jungmann disse que o importante é saber agora como essas armas entraram no país:

- A ATF conseguiu rastrear 856 armas da mencionada lista, isto é, identificar o primeiro comprador dessas armas produzidas nos Estados Unidos. Esta resposta chegou após a extinção da CPI, e foi encaminhada à subcomissão. É a primeira vez que isso acontece com um grande volume de armas e demonstra que podemos contar com a ajuda do governo americano - disse o deputado.