Realizar o planejamento urbano de Curitiba de forma integrada com a região metropolitana é a sugestão de três dos quatro ex-prefeitos da capital consultados pela Gazeta do Povo. Num momento em que são feitas críticas à falta de capacidade de Curitiba inovar e se "reinventar", Ivo Arzua, Saul Raiz, Rafael Greca e Cássio Taniguchi fizeram uma avaliação dos aspectos negativos e positivos da cidade e deram suas dicas ao próximo prefeito, que será eleito em outubro deste ano.
Juntos, os quatro somam 23 anos de experiência na administração da capital. Suas gestões foram marcadas por projetos de vanguarda, inclusive sendo exportados para o Brasil e o mundo. O ex-prefeito e ex-governador Jaime Lerner foi procurado pela reportagem, mas não retornou. Já o governador Roberto Requião (PMDB), não quis dar entrevista.
Ex-prefeitos criticam o Ippuc
É impossível negar a influência que o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) criado em 1965, na gestão de Ivo Arzua teve na evolução de Curitiba. Na época de seu surgimento, a cidade respirava urbanismo, com a elaboração do Plano Diretor que traçaria diretrizes para os próximos 40 anos.
O tempo passou e tanto a cidade quanto o órgão que chegou a ser chamado de Sorbonne do Juvevê mudaram. As críticas mais árduas afirmam que o Ippuc perdeu seu poder de inovação e implantação de soluções. O ex-prefeito Cassio Taniguchi atribui o esvaziamento da instituição à descentralização das decisões, que delegou a outros órgãos atribuições antes típicas do Ippuc. Rafael Greca vai além e relaciona a falta de inovação experimentada pela cidade a interesses alheios ao desenvolvimento urbano."Hoje o Ippuc desempenha o papel de agência licitadora de consultorias milionárias e não mais de pensadora do futuro", protesta.
O atual presidente, Augusto Canto Neto, rebate. "Entrei no Instituto com ele, e ele nunca esteve presente, sempre estava em outro lugar. Deve ser por isso que tem essa impressão equivocada." Quanto à perda de atribuições, Canto Neto reconhece que o Ippuc já não concentra todas as ações que costumava concentrar, mas diz que isso é fruto da evolução, natural para um órgão que surgiu em um momento político diferente do atual.
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