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A ascensão do auditor fiscal Márcio de Albuquerque Lima a inspetor geral de fiscalização da Receita Estadual, em junho do ano passado, fortaleceu o que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) chama de “organização criminosa” formada por auditores, contadores e empresários de Londrina. Os auditores são acusados de cobrar propina para favorecer a sonegação fiscal.

Campanha

Em reunião na noite desta quarta (22), o Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor-PR) decidiu lançar uma campanha em defesa da liberdade de imprensa no estado depois das ameaças sofridas por jornalistas no Paraná, em especial de profissionais da RPCTV que investigam as fraudes Receita Estadual. O sindicato vai encaminhar os casos ao Ministério Público Federal (MPF), ao Ministério da justiça e à Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp).

Lima, que é companheiro do governador Beto Richa (PSDB) em provas de automobilismo, como a tradicional 500 milhas de Londrina, teve a prisão preventiva decretada e está foragido desde o dia 20 de março. Ele deixou oficialmente o cargo de inspetor geral no dia 2 daquele mês, três dias antes de o Gaeco cumprir um mandado de busca e apreensão em seu escritório, em Curitiba.

De acordo com os investigadores, a ascensão de Lima tornou o grupo mais “audacioso”, a ponto de tentar subornar um policial militar que trabalha no Gaeco, com o objetivo de criar uma “blindagem” para evitar que o esquema fosse investigado.

Conforme as investigações, o policial civil André Luís Santelli, irmão de um funcionário da Receita Estadual em Londrina, ofereceu de R$ 500 a R$ 1 mil para que o policial vazasse informações sobre as investigações em andamento. Segundo o Gaeco, a ascensão profissional de Lima, primeiro a delegado-chefe de Londrina e depois a inspetor geral de fiscalização, tem relação direta com a “intensificação dos esquemas de corrupção”.

Lastro político

Na denúncia apresentada, o Gaeco afirma que o grupo de auditores fiscais “certamente contou com a proteção administrativa e/ou política” e que isso “contribuiu determinantemente para a tranquilidade dos inúmeros e audaciosos crimes praticados pelo grupo de auditores fiscais”. Esse “lastro”, além de garantir a ascensão funcional de Lima, permitiu que o grupo tivesse “tranquilidade” para cometer as irregularidades de forma “audaciosa”.

O advogado Douglas Maranhão, que defende Lima, tem dito à imprensa que só vai se manifestar sobre o caso depois de ter acesso à denúncia apresentada pelo MP. A 3.ª Vara Criminal ainda não se manifestou sobre a denúncia. O advogado de Santelli não foi localizado.

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