O assessor da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Jorge Luiz Dias apresentou nesta quarta-feira à CPI dos Bingos provas de um suposto esquema de corrupção na Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) na gestão de Waldomiro Diniz, que mais tarde foi assessor parlamentar da Casa Civil.

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Jorge Luiz entregou à comissão cheques que teria recebido de uma agência de publicidade e repassado ao então deputado estadual Carlos Rodrigues, conhecido como Bispo Rodrigues, que renunciou ao mandato de deputado federal recentemente para evitar a cassação por envolvimento com o mensalão. Segundo o assessor, o dinheiro faria parte de contratos de serviços que não eram prestados pela empresa Job Niterói, que distribuiria o dinheiro recebido da Loterj. O depoimento de Carlos Rodrigues também está previsto para esta quarta-feira.

Jorge Luiz fez uma série de acusações a Carlos Rodrigues, entre elas a de que ele extorquia dinheiro de deputados federais e estaduais do Rio que pertenciam às bancadas evangélicas. O assessor também apresentou cartões de banco de funcionários de gabinetes que seriam obrigados a devolver parte de seus salários ao deputado. Ainda segundo ele, cada deputado era obrigado a pagar cerca de R$ 15 mil a Carlos Rodrigues, caso contrário perderia espaço no partido, comprometendo a reeleição. O assessor também denunciou que Carlos Rodrigues negociava cargos com o então governador do Rio Anthony Garotinho e cobrava pedágio das pessoas que eram indicadas. Ele deu como exemplo o Iaserj, cuja presidência valeria R$ 300 mil, e o Detro, que teria pedágio de R$ 200 mil. como afirmara em depoimento na semana passada a deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ).

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Acusado de envolvimento no mensalão, Carlos Rodrigues renunciou ao mandato de deputado para escapar da cassação por quebra de decoro parlamentar.

Rodrigues também falou na CPI dos Bingos nesta quarta-feira e chegou a chorar cinco vezes durante o depoimento. Ele disse que os R$ 250 mil que recebeu do publicitário Marcos Valério foram usados na campanha, no Rio, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Segundo o ex-deputado federal, por determinação de seu partido à época, o PL, ele coordenou a campanha de apoio a Lula no segundo turno, nos 92 municípios do estado do Rio.

Disse ainda que o apoio ao candidato do PT foi negociado na sede petista, em São Paulo, em um encontro dele (Rodrigues) com José Dirceu e José Genoino. Os dois, no entanto, na versão do bispo, não teriam tratado de dinheiro.