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Defesa pede revogação da prisão de Paulo Roberto Costa

A defesa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa – acusado de estar envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro – entrou com pedido para revogar a prisão de seu cliente. O pedido, feito à Justiça do Paraná nesta quinta-feira (17), alega que os relatórios concluídos pela Polícia Federal da Operação Lava Jato não comprovam que Costa teria cometido crime de corrupção passiva – um dos motivos pelo qual ele teria sido preso. "Não há ato apontado pelo delegado da Polícia Federal que incrimine Paulo Roberto enquanto diretor da Petrobras. O único ato citado é o recebimento de um carro em troca de consultoria dada ao doleiro Alberto Youssef. Contudo, a prisão do ex-diretor foi decretada para investigação de corrupção passiva e evasão de divisa, e o delegado não o indiciou nem por um nem por outro crime", relatou o advogado Fernado Fernandes, em nota.

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PF investigará ação de doleiro em três empresas

O relatório final da Operação Lava Jato, concluído na terça-feira pela Polícia Federal (PF), terá, no mínimo, três desdobramentos. Os novos inquéritos darão atenção a situações que apareceram na operação mas não foram investigadas a fundo.

Um deles irá se debruçar sobre a Labogen, indústria de medicamentos. A empresa funcionaria como fachada para lavagem de dinheiro do doleiro Alberto Youssef. A PF interceptou uma troca de mensagens entre o doleiro e o deputado federal André Vargas (PT-PR), então vice-presidente da Câmara dos Deputados, na qual Youssef pede para o petista interceder pelo laboratório no Ministério da Saúde.

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O assessor do Ministério da Previdência que recebeu dinheiro de uma empresa de fachada investigada pela Polícia Federal na operação Lava Jato pediu demissão nesta quinta-feira (17). A MO Consultoria, ligada ao doleiro Alberto Youssef, repassou R$ 20 mil a José Wilde de Oliveira Cabral em 31 de março de 2011. A quebra de sigilo autorizada pela Justiça indica que o dinheiro foi transferido para a conta do assessor do ministro Garibaldi Alves com a identificação "pagamento de fornecedores". José Wilde nega qualquer irregularidade e diz que se afasta do cargo para se defender.

A confissão de que a empresa não tem atividade de fato foi feita por um empregado do doleiro, Waldomiro de Oliveira, em nome de quem a MO Consultoria está registrada na Junta Comercial de São Paulo. A reportagem teve acesso ao depoimento do funcionário, que decidiu colaborar com a PF na tentativa de receber uma pena menor.

Entre 2009 e 2013, a MO movimentou R$ 89,7 milhões. A polícia suspeita que a empresa era usada para repassar propina a funcionários públicos e políticos. Os contratos da suposta consultoria seriam uma forma de as empresas darem uma aparência legal a subornos, segundo suspeita da PF.Essa mesma empresa recebeu R$ 34,7 milhões de nove fornecedoras da Petrobras --que também é um dos alvos da investigação da PF.

Outro lado

Por meio de nota, José Wilde afirma que nunca teve "qualquer relação profissional" com a MO. "Pelo valor divulgado do pagamento feito a mim, é razoável supor que se trata de remuneração por serviço de assessoria de imprensa que prestei em 2010, com pagamento efetuado no primeiro semestre de 2011", esclareceu, sem revelar para quem prestou assessoria alegando cláusula de confidencialidade.

O assessor diz ainda que prestou serviços lícitos e que não tinha obrigação de pesquisar a origem dos recursos que lhe foram repassados de forma lícita. Ele rechaçou qualquer relação com as empresas e pessoas investigadas pela PF na operação Lava Jato.

Foram indiciadas 46 pessoas por suspeita de participarem de esquema que movimentou R$ 10 bilhões de forma suspeita e novas investigações foram abertas para apurar, principalmente, relação de servidores públicos e crimes de licitação com empresas usadas pelo esquema. "Causa-me justa indignação qualquer insinuação da mais remota ligação minha com pessoas ou empresas envolvidas em negócios escusos, especialmente neste caso, em que prestei serviços lícitos, não sendo de meu dever pesquisar a origem de recursos que, também licitamente, me foram destinados. Para que eu possa defender a minha honra longe de deveres funcionais, assinei, em caráter irrevogável, pedido de exoneração do cargo de Assessor Especial do Ministro, que exerço no Ministério da Previdência Social", diz a nota de José Wilde.

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