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Grupo de manifestantes dançou uma quadrilha em frente ao STF em alusão ao crime de formação de quadrilha, acusação de boa parte dos réus do mensalão | Valter Campanato/ABr
Grupo de manifestantes dançou uma quadrilha em frente ao STF em alusão ao crime de formação de quadrilha, acusação de boa parte dos réus do mensalão| Foto: Valter Campanato/ABr

Representantes de diversas entidades anti-corrupção se manifestaram nesta quinta-feira (16) em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, dançando uma quadrilha tradicional. A escolha da dança ocorreu em alusão ao crime de formação de quadrilha, pelo qual a maioria dos réus do processo é acusada.

Os integrantes usavam máscaras de alguns dos acusados, como o ex-ministro José Dirceu, os publicitários Marcos Valério e Duda Mendonça, além do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP). Os manifestantes também estenderam uma faixa, onde se lia "Acorda para votar, STF".

"Queríamos tirar os ministros desse cochilo, eles já tiveram muito tempo para dormir", afirmou o bancário Rodrigo Montezuma, um dos organizadores do protesto. Entre as entidades participantes estão o movimento 31 de Julho, Adote um Distrital, Congresso em Foco, Contas Abertas, IFC (Instituto de Fiscalização e Controle) e Mensalômetro.

Durante a manifestação, que durou cerca de 40 minutos, foi encenado o "casamento da impunidade com a Justiça". "Queremos mostrar que desse casamento pode nascer a corrupção, se o povo deixar, mas também a ética e a moral", afirmou Montezuma.

As entidades participantes afirmam que veem o julgamento do mensalão como "um teste para a democracia brasileira". Elas pedem que o veredito "seja não só o ponto final deste processo, mas também o ponto de partida para uma justiça democrática e republicana no Brasil".

"Ativistas de sofá"

Apesar da intensa mobilização via internet, poucos manifestantes -- cerca de 40, se contados os integrantes da quadrilha-- foram à frente do Supremo. "O ativista de sofá é fervoroso, se considera ético, critica as iniciativas alheias, condena as atitudes dos outros, mas na hora de pintar a faixa, perder final de semana e pedir abono no trabalho, menos de 10% efetivamente participa", criticou Montezuma, que afirmou ter pedido ele próprio abono para estar no protesto.

A professora aposentada Mercês Rocha, 65, foi uma das poucas a atender à convocação das entidades. Segurando um cartaz onde se lia "Cadê o Lula?", a aposentada cobrou a presença do ex-presidente no processo: "O mensalão não tem mãe, mas tem pai".

Ela, que disse estar esperando que "saia coisa boa" do julgamento, afirmou acompanhá-lo todos os dias via TV Justiça. E elegeu seu ministro preferido: "ah, o Joaquim Barbosa é dez, né? Ele vale por dez!".

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