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A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira em flagrante o auditor fiscal do INSS Fernando Alberto de Oliveira, acusado de receber a segunda parcela da propina exigida do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi. O fiscal deve ser indiciado por concussão (extorsão praticada por funcionário público) e está sujeito a pena de dois a oito anos de reclusão e perda do cargo público. A ação da polícia foi motivada pela denúncia do próprio sindicato.

Segundo o presidente do sindicato, Eleno José Bezerra, o auditor iniciou uma fiscalização nas contas da entidade em dezembro do ano passado. Em 24 de fevereiro, o auditor teria retornado ao sindicato com uma planilha alegando que constavam débitos, no valor de R$ 6 milhões, por falta de pagamento de contribuições de funcionários terceirizados. Em seguida, segundo o sindicato, ele teria proposto baixar o valor da autuação para R$ 863 mil em troca de R$ 350 mil.

- Ele ameaçou avisar o INSS e cancelar o parcelamento de uma dívida. Por isso, paguei R$ 100 mil na sexta-feira e prometi entregar o restante na semana seguinte - disse.

Nesta sexta-feira, segundo a polícia, Oliveira voltou ao sindicato para receber os R$ 250 mil que faltavam. Em filmagem feita na sede do sindicato, o fiscal diz que com base nos documentos a multa seria muito maior e que o "acordo foi muito bom". Na fita, o fiscal ainda afirma que calculou o valor da propina com base nos valores devidos pela entidade.

O delegado da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Polícia Federal, Antônio Carlos Linhares, informou que o fiscal não quis se pronunciar sobre o flagrante e que o caso ainda terá uma investigação profunda. Ele não confirmou se outros autos lavrados pelo fiscal serão investigados. O INSS informou ontem que vai abrir um inquérito administrativo e que o auditor poderá ser exonerado.

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