
Brasília - A Operação Voucher da Polícia Federal pode inviabilizar a candidatura da deputada Fátima Pelaes (PMDB -AP) a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). A deputada foi a autora das duas emendas uma de R$ 4 milhões e outra de R$ 5 milhões que favoreceram o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi) nos contratos com o Ministério do Turismo para capacitação profissional no Amapá. Ironicamente, foi o TCU que encontrou indícios de irregularidades na operação.
Segundo documentos obtidos pela reportagem, a deputada enviou, no dia 12 de novembro de 2009 um ofício ao então ministro do Turismo, Luiz Eduardo Pereira Barreto Filho, indicando uma emenda parlamentar dela no valor de R$ 4 milhões para o Ibrasi. No dia 21 de dezembro daquele ano, o Ministério do Turismo assinou o convênio no valor de R$ 4,4 milhões com a entidade, sendo R$ 4 milhões dos cofres do governo (fruto da emenda da deputada) e o restante como contrapartida do Ibrasi. Segundo a investigação, o convênio não foi executado e o dinheiro foi desviado.
No dia 30 de junho do ano passado, um novo ofício da deputada Fátima Pelaes solicitou a destinação de uma outra emenda dela, agora de R$ 5 milhões, para o Ibrasi. Meses depois, no dia 15 de setembro, o ministério assinou convênio no mesmo valor com a entidade.
Em nota, a deputada disse que não pode se responsabilizar pela execução do contrato. "Não sou responsável pela liberação, pagamento, execução e fiscalização do convênio entre o órgão público e a entidade, para implementação do objeto da referida emenda, cabendo estas ações aos órgãos responsáveis", afirmou. Segundo a Polícia Federal, o envolvimento da deputada no esquema não foi comprovado, pel menos até o momento.



