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O candidato do PSTU à Prefeitura de Curitiba, Avanilson Araújo, destacou, em entrevista à ÓTV, que o partido dele apresentará à cidade "propostas radicais" nos setores de transporte, saúde e segurança pública. Segundo ele, a privatização dos serviços públicos representa as maiores dificuldades da capital - por isso, ele defende um programa de governo socialista para Curitiba. "A cidade está a mercê da privatização", disse. Para ele, um dos setores que mais sofrem é o da saúde. "Em Curitiba, 58% dos gastos são no processo de terceirização da saúde e, quando se aplica no serviço público, é um verdadeiro malefício. Há uma precarização dos próprios servidores. Falta investimento".

Avanilson também comentou a proposta de redução dos salários de vereadores e prefeitos. O candidato defende que o salário no Legislativo seja de cerca de R$ 2 mil. "Temos que convencer os eleitores a assinar esse projeto de lei, de iniciativa popular, pois a Câmara não fará isso. Durante as eleições, vamos promover esse projeto", explicou, ressaltando que a proposta precisa ter pelo menos 5% de assinaturas dos eleitores.

Sem coligação

Avanilson destacou que a falta de coligação não desfavoreceu "a esquerda" e que essa é uma possibilidade de o PSTU se consolidar como um "projeto de esquerda". De acordo com o candidato, o problema dos governos municipais é que direcionam a administração para "grandes grupos econômicos".

Quando questionado sobre o baixo orçamento do PSTU, considerado um partido pequeno, Avanilson criticou a tendência de campanhas caras na cidade e apresentou como limite de gastos de sua campanha o valor de R$ 100 mil. "Se a gente tiver 100 mil reais, faremos uma campanha de massa. Nós fazemos o programa [de governo] a partir dos princípios do partido". Ele acredita que o Horário Gratuito Político Eleitoral (HGPE) majoritário deveria ser dividido entre as candidaturas proporcionais. Por enquanto, o PSTU aguarda uma decisão judicial que irá determinar o tempo de propaganda de TV, entre 1'15'' a 1'30''.

Propostas

O candidato defende uma política estatal e de investimento público nos setores do transporte público, saúde, segurança pública e educação. Para ele, as parcerias com empresas privadas são prejudiciais à população de Curitiba. Na saúde pública, ele defende a reformulação do sistema, aumentando o orçamento na área em 20%. Falando sobre transporte coletivo, Avanilson criticou a atual gestão e propôs uma reformulação "radical" do sistema. "A medida será suspender os contratos, discutir e, depois, retomar os contratos com empresas estatais. Vamos inverter a lógica do 'para quem se governa'", afirmou. Ele também propõe essa medida para o metrô em Curitiba e é a favor de tarifas menores.

Quanto à segurança pública, o candidato comentou que Curitiba é uma das cidades com maior índice de desigualdade social, o que, para ele, gera mais violência urbana. Ele também criticou a atuação do policiamento na cidade. "Nós temos uma polícia preparada para atos de violência, e não atos de prevenção. Hoje a guarda municipal é um aparato de repressão", disse. Segundo Avanilson, uma das alternativas é o investimento em equipamentos de segurança, como a iluminação das ruas.

Para a educação, o candidato pretende disponibilizar um orçamento maior às creches e investir na profissionalização de educadores para "garantir um equilíbrio entre as escolas públicas". Segundo ele, essas propostas estão relacionadas a uma política do partido de valorização das mulheres: "quem precisa das vagas nas creches são as mães trabalhadoras", explicou.

Avanilson disse, ainda, que pretende criar um centro de referência para a juventude, que integre profissionalização e espaços culturais para os jovens. "Hoje, temos que disputar o jovem com a polícia ou com o tráfico", afirmou. Ele comentou que um problema nessa área é decorrente da falta de clínicas de reabilitação de jovens que sejam públicas e que contem com profissionais qualificados. O candidato se comprometeu em continuar, após as eleições, a "consolidar a luta com os trabalhadores e a juventude".

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