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Hoje, a CGU tem 29 processos abertos contra empresas envolvidas  no esquema | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Hoje, a CGU tem 29 processos abertos contra empresas envolvidas no esquema| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão, afirmou nesta quinta-feira que o balanço da Petrobras, divulgado na quarta, será usado como referência nos processos de investigação do órgão. Hoje, a CGU tem 29 processos abertos contra empresas envolvidas na Operação Lava Jato, por suspeitas de corrupção em contratos firmados com a estatal.

Ontem, a Petrobras divulgou o balanço do ano passado, contabilizando prejuízo de R$ 21,58 bilhões em 2014. Ao todo, reconheceu perdas de R$ 50,8 bilhões, sendo que R$ 6,2 bilhões foram resultado de corrupção.

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— A partir da contabilização, certamente a empresa tem um valor base para a busca do ressarcimento. Nós ainda não temos detalhes de como foi contabilizado, das contas da Petrobras. Vamos entender. E isso vai nos ajudar também nos processos de responsabilização e eventualmente em algum acordo de leniência que porventura possa vir a ser firmado — afirmou Simão, acrescentando:

— É uma referência. Precisamos entender como os cálculos foram feitos. E certamente, como sempre foi dito pela Controladoria, a Petrobras é que tem as condições para averiguar e contabilizar o dano causado por cada uma dessas empresas.

Além das 29 empresas da Lava-Jato, a CGU investiga multinacional holandesa SBM, também acusada de pagar propina a funcionários da estatal. Simão voltou a defender a investigação aberta pela CGU contra a SBM.

Na terça-feira da semana passada, em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”, o executivo Johathan Taylor, que já trabalhou na SBM, disse que entregou mil páginas de documentos internos da empresa à CGU entre agosto e outubro de 2014. A CGU, no entanto, anunciou a abertura de processo contra a empresa apenas em 12 de novembro, depois da eleição. Para Taylor, isso significa que houve interesse em proteger o PT e a presidente Dilma Rousseff, que disputava a reeleição, o que foi negado pela CGU. No domingo, o jornal também mostrou que a CGU não conseguiu obter informações do Ministério Público holandês em sua missão na Europa. A entrevista de Taylor e o dossiê dossiê entregue por ele foram as únicas coisas que a CGU conseguiu no continente.

— Começamos a investigação em abril do ano passado. Divulgamos por intermédio de uma nota. A imprensa divulgou que a CGU estava investigando a SBM. E esse processo ainda não foi concluído. Ainda estamos no processo de responsabilização da SBM. A empresa manifestou interesse em cooperar e eventualmente em firmar um acordo de leniência. Estamos neste momento aguardando os desdobramentos dessa negociação — disse Simão, concluindo:

— As provas que foram recolhidas por esse senhor não foram utilizadas porque não houve segurança sobre sua licitude. Ou seja, se as provas tinham sido obtidas de forma lícita. Para não inviabilizar o processo, a decisão naquele momento da Controladoria, que foi uma decisão acertada, foi de não utilizar qualquer informação prestada pelo senhor Taylor.

Além da SBM, são investigadas pela CGU: Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa, Mendes Junior, OAS, Queiroz Galvão, UTC-Constran, Alumni Engenharia, GDK, Promon Engenharia, Andrade Gutierrez, Fidens Engenharia, Sanko Sider, Odebrecht, Odebrecht Óleo e Gás, Odebrecht Ambiental, SOG Óleo e Gás, Tome Engenharia S/A, Egesa Engenharia S/A, Carioca Christian Nielsen S/A, Skanska Brasil Ltda, Eit Empresa Industrial Técnica S/A, MPE Montagens e Projetos Especiais S/A, Techint Engenharia e Construções Ltda, NM Engenharia e Construções Ltda, Construcap CCPS Engenharia e Comércio S/A, Niplan Engenharia S/A e Jaraguá Equipamentos Industriais Ltda.

No começo da noite desta quinta, Simão se reunirá com deputados da CPI da Petrobras. Segundo o ministro, o encontro foi pedido pelos integrantes da comissão.

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