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O Banco Central divulgou no fim da tarde desta quinta-feira que a quantia roubada no fim de semana é maior do que se pensava incialmente. Foram levados R$ 164,755 milhões da caixa-forte arrombada no fim de semana em Fortaleza. A estimativa era de que os bandidos tivessem levado R$ 156 milhões do banco. Segundo a nota, o BC chegou aos números depois que a polícia liberou o local e fez todas as perícias necessárias.

A Polícia Federal encontrou nova quantia de dinheiro em outro carro que estava no caminhão-cegonha apreendido na noite de quarta-feira em Sete Lagoas, na região metropolitana de Belo Horizonte. A quantia ainda não foi revelada pelas autoridades. Na noite desta quarta-feira foi encontrado R$ 1 milhão em uma caminhonete que era transportada no caminhão-cegonha. A PF de Fortaleza chegou a informar que a quantia transportada poderia chegar a R$ 40 milhões.

Há informação de que dois homens teriam sido presos, mas a Polícia Federal não confirma. A PF continua com as investigações e as buscas para tentar recuperar o restante do dinheiro roubado. A caminhonete e o caminhão apreendidos estão na sede da Superintendência da Polícia Federal na capital mineira.

A PF trabalha com a hipótese de que um consórcio de quadrilhas está por trás do roubo milionário. A possibilidade surgiu com a identificação de pelo menos dois suspeitos ligados a bandos diferentes. Segundo o delegado de Repressão e Combate ao Crime Organizado da PF, Eliomar Lima Júnior, o investimento pode ter sido de cerca de R$ 150 mil:

- Investigamos se há elos entre esses bandidos e se quadrilhas se uniram para praticar esse assalto. Até porque houve um investimento significativo.

A PF ainda não sabe quantas pessoas estão envolvidas. E não descarta o envolvimento de integrantes da quadrilha conhecida como 'do tatuzão', que, no ano passado, roubou R$ 5 milhões da Transbank, em São Paulo, usando métodos de escavação e armazenamento de terra em sacos semelhantes aos de Fortaleza. Há a suspeita de alguns participantes do assalto serem de São Paulo.

Na quarta-feira, a PF obteve uma importante pista para descobrir os bandidos. Para registrar a empresa de fachada usada como base da quadrilha, um dos assaltantes teve que deixar a cópia da carteira de identidade (foto) na Junta Comercial. A PF acredita que o nome no documento é falso, mas a foto foi reconhecida por uma testemunha como sendo de um dos chefes da suposta empresa.

Também na quarta, de madrugada, foi apreendida num estacionamento em Fortaleza a van Traffic branca usada no roubo. Dentro do carro, os policiais encontraram sacos de náilon, pontas de cigarro - uma delas com marca de batom - e R$ 5.350,00 em notas de R$ 50. Algumas delas, no valor total de R$ 350, estavam soltas. Os outros R$ 5 mil estavam em um maço de notas com lacres do Banco do Brasil.

Os bandidos chegaram no fim de semana à caixa-forte do BC utilizando um túnel de 80 metros de extensão e 70 centímetros de largura, que saiu de dentro da casa alugada três meses antes pela quadrilha e usada como sede da empresa de fachada. Na casa, foram encontradas plantas da Secretaria de Obras de Fortaleza, com detalhes sobre a rede de água e esgoto do local, além de um cronograma da invasão. De acordo com o plano, os bandidos entraram no cofre do Banco Central na madrugada de sábado, após a troca de turno dos guardas.

O assalto só foi descoberto segunda-feira por volta das 8h, quando funcionários abriram a sala do cofre e encontraram um buraco circular e vestígios deixados pelos bandidos. Os sensores de movimento e as câmeras de vigilância não funcionaram. Quando a polícia chegou ao local, percebeu que uma empilhadeira estava estacionada na frente de uma das três câmeras, exatamente a que ficava apontada para a saída do túnel, no chão da sala.

Para o delegado da PF no Ceará, Eliomar Lima Júnior, a localização da empilhadeira é um indício de que houve participação de funcionários do BC no assalto.

De acordo com a PF, que ainda não divulgou os retratos-falados já feitos dos supeitos, a quadrilha espalhou um pó branco por toda a casa, para cobrir as provas, mas a perícia encontrou impressões digitais num armário e no aparelho de interfone usado para comunicação com os assaltantes que trabalhavam na escavação. Uma força tarefa com a participação de mais de 100 homens das policias Federal, Civil, Militar e Rodoviária foi montada para ajudar no trabalho.

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