• Carregando...

Outro lado

Em nota, a empreiteira Odebrecht negou que tenha patrocinado a Beija-Flor. A contrutora informou ainda que nem sequer tem obras em Guiné Equatorial. Procurada, a Queiroz Galvão não se manifestou até o fechamento da edição. Em seu site o grupo ARG informa que atua no país desde 2007 e que executa duas obras rodoviárias. Nenhum representante da empreiteira foi localizado para comentar o caso.

Campeã do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, a Beija-Flor agora é suspeita de ter sido financiada com dinheiro público brasileiro numa triangulação internacional com a ditradura de Guiné-Equatorial – país africano homenageado pela vencedora do carnaval carioca.

A suspeita começou após o governo de Guiné ter neado nesta quinta-feira (19) que tenha patrocinado a Beija-Flor. Em nota, o ministro da Informação, Imprensa e Rádio, Teobaldo Nchaso Matomba, afirmou que a iniciativa do patrocínio partiu de “empresas brasileiras” que tem negócios no país africano. O governo de Giné não citou nomes de empresas. Mas, na quarta-feira, durante as comemorações pelo título na quadra da escola, o carnavalesco Fran-Sérgio citou as empreiteiras Queiroz Galvão, Odebrecht e grupo ARG como patrocinadores do enredo.

O contrato assinado entre a Beija-Flor e o Ministério da Cultura e Turismo de Guné cita um aporte de R$ 10 milhões para a escola, mas não informa a origem do dinheiro.

As informações desencontrados levou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), a anunciar que pedirá informações ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre empréstimos que teriam sido concedidos a empreiteiras que com investimentos em Guiné Equatorial. O tucano quer apurar se houve uma “triangulação” de recursos públicos que tinha por objetivo financiar a Beija-Flor.

Cunha Lima apresentou um requerimento de informações ao ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, sobre a existência de obras em Guiné que tenham recursos do BNDES. Para ter validade, o pedido precisa ser aprovado pela Mesa Diretora do Senado.

O tucano quer também saber quais empresas e qual o montante de recursos do banco foi usado para financiar empresas brasileiras com obras no país africano nos últimos dez anos. Um dos objetivos da oposição é descobrir se empresas envolvidas na Operação Lava Jato teriam recebido recursos do BNDES nesses empreendimentos e, agora, teriam financiado indiretamente o carnaval .

Cunha Lima disse que essa suspeita reforça a necessidade de se realizar também uma CPI do BNDES.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]