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Veja documento que informa sobre o interesse de compra das ações |
Veja documento que informa sobre o interesse de compra das ações| Foto:

O ex-presidente da Fundação Copel, Edílson Bertholdo, garante que não houve nenhum tipo de "traição" por parte da entidade ao governo do Paraná no caso da venda das ações do Terminal Portuário Ponta do Félix, em Antonina. As ações pertenciam à Previ (o fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil). A Previ – que manifestou a intenção de vender as ações há quase um ano – fechou negócio no início deste mês com o grupo Equiplan, empresa ligada ao operador portuário Fortesolo, de Paranaguá.

O resultado da negociação irritou o governador Roberto Requião. Ele pretendia retomar o terminal para o estado por meio da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e da Fundação Copel. A fundação tinha direito de preferência na compra por ter 20,41% das ações do terminal. Porém, a entidade, que gerencia o fundo de pensão dos funcionários da Copel, não exerceu esse direito e causou a ira de Requião. Na Escola de Governo da semana passada, o governador acusou o então presidente da fundação de ter contrariado os interesses do estado e de ter agido por interesses próprios na transação.

Bertholdo, que ontem falou pela primeira vez com a imprensa desde que a polêmica começou, nega que tenha agido por interesse próprio. Ele argumentou que "não existem decisões individuais nos fundos de pensão. Existe um colegiado que toma a decisões. E elas são baseadas em pareceres técnicos". Bertholdo estará hoje na Comissão de Fiscalização da Assembleia para falar sobre o assunto.

Segundo ele, a Fundação Copel não usufruiu do direito de preferência na compra das ações da Previ porque a Appa enviou um ofício a todos os acionista do terminal informando o interesse do governo na negociação. "Porque iríamos entrar como compradores se o poder concedente estava querendo para si a compra?", questionou. "Até porque, pela resolução do CNM (Conselho Monetário Nacional), só podemos ser detentores de até 25% das ações. Seria até possível comprar um valor superior de ações, mas isso deveria ser vendido depois na bolsa de valores. Assim não existe uma garantia de quem será o comprador."

A correspondência da Appa aos acionistas, segundo ele, chegou um dia após Requião comentar publicamente o desejo de que o terminal voltasse à administração do estado. "Então, aparentemente, o desejo do governo já estava sendo cumprido pelo órgão de Estado."

Segundo ele, o colegiado não chegou a se reunir para deliberar sobre esse tema porque a Appa ma­­­nifestou o interesse em adquirir as ações antes. "O poder concedente estava assumindo a negociação. Não nos restava alternativa a não ser aguardar o desenrolar da situação", justificou. No dia 3 de novembro, disse Bertholdo, a Previ enviou uma correspondência à fundação informando que a posição da Appa era "uma mera consulta" e que havia expirado o tempo para exercer o direito de preferência.

Críticas

Requião voltou a tratar da polêmica ontem. Ele jus­­­tificou o pedido de exoneração de Bertholdo da presidência da fundação e criticou os sindicatos que divulgaram nota contra a in­­­ge­­­­­­­rência do governo sobre a fundação.

"O presidente da Fundação Copel é indicado pelo presidente da Copel, que é nomeado pelo governador do estado. A Copel participa dos recursos que compõem o fundo que dá sustentação à Fundação Copel. Logo, essa ingerência não é só legítima, mas, como vou mostrar a vocês, é necessário", afirmou o governador. Bertholdo pediu afastamento da presidência do fundo de pensão depois das críticas de Requião.

O governador ainda alegou ontem que a transação seria nula porque ela deveria ter sido feita na bolsa de valores, segundo resolução do CMN de setembro deste ano. O governador informou que a Copel já oficiou uma reclamação ao conselho contra a operação realizada pela Previ.

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