O empresário Natalino Bertin, dono da Tinto Holding (antigo Grupo Bertin), não sabe aonde foi parar o empréstimo de R$ 12 milhões que o pecuarista José Carlos Bumlai retirou do Banco Schahin para abastecer o caixa dois do PT.
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Em dezembro, Bumlai confessou que ter emprestado seu nome para forjar a transação. À Polícia Federal, o amigo do ex-presidente Lula afirmou que se sentiu “constrangido em negar”, pois o PT tinha muita força no cenário nacional e “não queria se indispor” com seus representantes.
De acordo com a petição encaminhada à PF, assinada pelo criminalista Roberto Podval, o depósito deve ter sido feito “provavelmente algum tipo de negócio motivador”, mas “totalmente lícito”. O advogado argumenta que passaram mais de dez anos da data da transação, que ocorreu em 2004, sendo “difícil saber exatamente qual a razão de tal transferência, já que - semanalmente, entravam e saíam milhões de reais do caixa das empresas”.
Bumlai disse à PF que foi orientado a indicar uma conta da Bertin para fazer a transação. Foi então, afirmou, que ele pediu a Natalino Bertin, dono do Frigorífico Bertin, que fizesse os repasses. Quem repassou a lista de beneficiários a um funcionário do Grupo Bertin foi Sandro Tordin, um dos intermediadores do empréstimo.
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Bumlai afirmou à PF que Sandro Tordin, executivo do Banco Schahin, lhe disse que o empréstimo de R$ 12 milhões não seria quitado porque o Grupo Schahin queria “mantê-lo como refém” para obter negócios na Petrobras na área de sondas, por saber da amizade que ele mantinha com Lula. O pecuarista disse que sabia que a “estrutura da Petrobras era do PT”, ou seja, que o partido indicava grande parte dos nomes nos principais cargos.
José Carlos Bumlai, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras nove pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal no final do ano passado por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. As investigações indicam desvios de R$ 18 milhões para abastecer os cofres do PT.
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