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A primeira parcela do 13º salário sairá na semana que vem, mas o consumidor conseguiu arrumar um jeito para começar a gastar antecipadamente, comprando com cheque pré-datado. Segundo o economista Emílio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo, as vendas do comércio aumentaram nos últimos dias. Os dados da segunda quinzena serão divulgados no final da semana que vem, mas Alfieri já adiantou que estão sendo feitas 90 mil consultas por dia no cheque. Nos primeiros 15 dias do mês, o número de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e ao UseCheque, segundo levantamento da Associação Comercial de São Paulo, aumentou 3,7% e 6,4%, respectivamente.

- As pesquisas mostram que a primeira parcela do 13º salário será para o pagamento de dívidas. Mas o público já se antecipou e foi às ruas. As lojas estão cheias e muita gente está comprando com cheque pré-datado - disse Alfieri.

O 13º salário vai injetar na economia R$ 45,9 bilhões em todo o país, valor que representa 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Kelly Leite, assessora econômica da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), disse que, com a proximidade do Natal, o consumidor já começou a encher as lojas. Ela explicou que o consumidor costuma pagar rapidamente as suas dívidas com o 13º salário para poder voltar as lojas e comprar mais. De acordo com levantamento da Fecomercio, a parcela dos consumidores endividados subiu de 59% em outubro para 63% em novembro. A pesquisa foi feita com mil pessoas na Região Metropolitana de São Paulo. Os consumidores com dívida em atraso representaram 39% do total.

O presidente da Associação Comercial, Guilherme Afif Domingos, disse que o uso do cheque foi fortemente intensificado na primeira quinzena de novembro por conta das vendas dos bens de menor valor. O feriado prolongado na primeira quinzena do mês afetou o movimento das lojas que vendem bens de maior valor, mas favoreceu o comércio das ruas tradicionais. Um levantamento da Associação Comercial mostra que 42% dos consumidores pretende comprar roupas e calçados para dar presente no Natal. De acordo com a pesquisa, 10% disseram que vão comprar DVDs, 6% celular, 5% televisores e 5% outros eletrodomésticos. Não há intenção de compra de produtos da linha branca e de móveis. Os duráveis, de uma forma geral, responderão por 25%.

- Vai ser o Natal dos presentinhos, da 25 de Março, do Brás - disse Alfieri.

A Associação Comercial está prevendo crescimento de 4% nas vendas neste Natal, em comparação com 2004. Alfieri disse que mais do que a preocupação com os resultados do final do ano, os varejistas estão atentos ao desempenho do setor no primeiro semestre. Segundo ele, as taxas de juros ainda estão muito altas e as vendas não devem crescer muito até março. Somente a partir daí, quando a redução da taxa básica de juro que começou três meses atrás começar a fazer efeito, é que os negócios devem melhorar.

- O comerciante que não acertar a mão no volume de estoque vai se dar mal e perder dinheiro. Será preciso não errar no mix de produtos, para não encalhar peça na loja - afirmou.

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