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O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse nesta sexta-feira (3) que a direção nacional da legenda só fará uma tentativa de "harmonizar" as alianças regionais com a federal em 2010. "Até lá, é muita conversa em cada Estado, com a (direção) nacional acompanhando, mas sem qualquer tentativa de, a partir das condições nacionais, impor relações estaduais", resumiu Berzoini, que viajou hoje ao Rio Grande do Sul para conversar com líderes de seu partido sobre o quadro de 2010.

Questionado sobre a eventual dificuldade de reproduzir, no Rio Grande do Sul, a composição que apoia o presidente Lula, incluindo PT e PMDB, Berzoini disse que a tarefa não é fácil em nenhum Estado. "Cada Estado tem partidos que, por características regionais, por situações políticas específicas, não podem ou não conseguem apoiar o candidato que o PT indicar ou o PT não consegue participar de uma aliança para apoiar outro candidato", avaliou. Ao abordar a relação com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), Berzoini disse que o PT participa do governo, apesar de tensões.

No Rio de Janeiro, indicou Berzoini, o objetivo é tentar superar os problemas para consolidar a composição, enquanto no Rio Grande do Sul a situação é diferente por causa do retrospecto de embates entre os dois partidos na disputa pelo governo. "O importante é tentar ver se há um canal de diálogo", afirmou.

Ao abordar a crítica feita pelo deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, Berzoini considerou que é normal, em alguns momentos, declarações mais "duras". Ciro "foi ministro do presidente Lula por quatro anos com lealdade" e tem legitimidade para colocar seu nome no debate eleitoral, disse o dirigente. Berzonini afirmou que vai trabalhar por uma aliança com o PSB, mas se não for possível espera "relações amistosas" durante a campanha. Ciro disse que Dilma não tem projeto.

Indagado sobre o comentário de Ciro de que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), irá "passar o trator" sobre o colega de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), na briga interna pela candidatura presidencial, Berzoini disse que a disputa é legítima, já que o partido governa dois grandes Estados e ambos têm várias experiências administrativas. "Agora é óbvio que nós sabemos quais são os métodos que o governador de São Paulo trabalha normalmente", acrescentou. O dirigente disse que não faria a mesma "profecia" de Ciro, mas considerou que Aécio "vai ter que se desdobrar muito para conseguir ter chance de vencer a prévia no PSDB".

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