• Carregando...
Pessuti e Richa: vice-governador acusou o prefeito de “oportunismo político quase eleitoral” | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
Pessuti e Richa: vice-governador acusou o prefeito de “oportunismo político quase eleitoral”| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

Um evento agrícola acabou servindo ontem para a troca de insultos e provocações entre os principais pré-candidatos a governador do Paraná. No evento "Empre­­­endor Rural", promovido pela Federação da Agricultura do Paraná e pelo Sebrae, no Expo­­­trade Pinhais, o vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) acusou o prefeito Beto Richa (PSDB) de votar a favor do pedágio quando era deputado estadual. O tucano revidou declarando que não conhecia esse "outro lado" maldoso de Pessuti. Os senadores Osmar Dias (PDT) e Alvaro Dias (PSDB), os outros dois principais pré-candidatos ao governo do estado, também estiverem presentes no evento e acompanharam a troca de farpas.

Beto Richa foi o primeiro a falar para uma plateia de 3 mil pessoas. Disse que um dos fatores que encarece a produção agrícola é o preço da tarifa de pedágio. A declaração irritou Pessuti, que a interpretou como uma tentativa de acusar o governo Requião de não resolver o problema do pedágio. O vice-governador afirmou que Beto Richa criticava a cobrança, mas teria ajudado a aprovar a implantação das praças de pedágio quando era deputado estadual, no governo Jaime Lerner.

O clima ficou tenso quando o peemedebista desceu do palco para cumprimentar Beto Richa. "Não co­­­­nhecia esse seu lado. Conhecia um outro Pessuti", disse o tucano.

Mesmo horas após o calor da discussão, Pessuti e Beto Richa não recuaram nas críticas. O prefeito disse ter ficado surpreendido pela "maldade" do vice e que seria melhor interpretar o episódio como um deslize. "Ele deve ter se arrependido da forma maldosa que colocou o discurso. Prefiro desconsiderar e ficar com a boa imagem do Pessuti que sempre tive", disse o prefeito.

Mas Pessuti não mostrou arrependimento. Pelo contrário, disse que Richa foi "infeliz e equivocado" por querer culpar o governo pelo pedágio. "Quem não lutou contra a implantação não pode, numa atitude de oportunismo político quase eleitoral, tentar responsabilizar direta ou indiretamente o governo Requião e Pessuti pelo pedágio. Nós sempre fomos veemente contrários e a culpa (pelo pedágio) é do governo que ele representou na Assembleia Legislativa", disse Pessuti.

Para o vice-governador, Beto Richa tinha de fazer esse discurso antes. "Agora quem pode fazer sou eu, o Alvaro, o Osmar, que fomos contrários desde o começo."

Uma das principais promessas de campanha do governo Requião era baixar ou acabar com o pedágio. O compromisso não foi cumprido porque o governo não teria encontrado brechas jurídicas para romper os contratos com as concessionárias. A Lei Comple­­­mentar 020/95, que permitiu a criação do pedágio, foi aprovada numa sessão extraordinária da Assembleia Legislativa em 20 de dezembro de 1995.

Beto Richa era deputado estadual na época. O projeto foi apresentado pelo deputado Neivo Beraldin (PDT) e autorizou o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos no Paraná – entre eles a exploração do pedágio.

Os atritos entre Richa e Pessuti ocorrem num momento em que lideranças do PMDB e do PSDB ensaiam uma aliança para a eleição de 2010. Um grupo de deputados estaduais do PMDB defende abertamente o apoio à candidatura de Beto Richa.

O prefeito também vem sinalizando que trabalha para ter o apoio do PMDB. A aproximação poderia explicar a atitude de Pessuti. "Se o PSDB procurasse o Pessuti, eu não poderia ficar bravo com ele. Da mesma forma, ele que não tem motivo para ficar comigo", ponderou Beto Richa.

Pessuti garantiu que esse não é o problema porque sempre teve um relacionamento muito bom com o prefeito, talvez até melhor do que aqueles que têm procurado o tucano neste momento. "Sempre agi com respeito aos meus adversários e não para tirar proveito momentâneo", declarou.

Recados

Osmar e Alvaro Dias, durante o evento agrícola, também fizeram discursos que foram interpretados por alguns como recados a Beto Richa. Osmar disse que, "no Paraná, as pessoas de bem devem cumprir a palavra", numa suposta referência ao apoio que teria sido prometido pelo prefeito ao senador na eleição de 2010. Já Alvaro Dias, declarou que "o Paraná é um estado agrícola e quem não entende de agrícola não pode governá-lo". Ele disputa com Richa a indicação do PSDB para ser candidato a governador.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]