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O tradicional bloco do Cordão da Bola Preta levou cerca de 300 mil pessoas pelas ruas do Centro do Rio, durante quatro horas, de acordo com a organização do evento, neste sábado (17). A agremiação tem 83 anos de existência.

O desfile terminou na esquina da Rio Branco com a Avenida Nilo Peçanha por causa do grande número de pessoas. O vice-presidente afirmou que, por questões de segurança, não iam até a Cinelândia já que a Avenida Rio Branco estava muito cheia.

Uma banda seguiu em três carros de som tocando sambas e as tradicionais marchinhas de carnaval. No primeiro carro estavam os integrantes da direção do bloco, além do Rei Momo da cidade, a rainha, a porta-estandarte e a musa do Cordão da Bola Preta.

"O desfile superou as nossas expectativas. A Avenida Rio Branco estava tomada . Além disso as ruas paralelas também estavam lotadas. Foi um sucesso. Achamos magnífico e inesquecível. Foi um dos maiores desfiles do Bola Preta não só pelo número mas pela animação.", disse o vice-presidente do bloco, Pedro Ernesto Marinho.

O sucesso é uma amostra de que o carnaval de rua, que ressurgiu com força total há alguns anos, tem espaço garantido na agenda da folia da cidade, assim como os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí.

Há pessoas que, por gostarem tanto de se divertir nos blocos de rua, deixam de lado até viagens, comuns nessa época do ano. O administrador de empresas Eduardo Nunes, de 30 anos, há quatro freqüenta o Bola Preta e outros blocos do Rio.

"Quando chega fevereiro, quero repetir essa rotina todos os dias. Atualmente, estou também atrás de blocos menores, em que foliões vão para curtir com suas famílias, muitas vezes em uma tradição que vem desde a infância. Os grandes blocos estão muito cheios, mas não dispenso uma proposta para ir para o Bola", disse.

De tão gigante, o Cordão da Bola comporta, dentro de si, dezenas de pequenos blocos. Nas ruas transversais à Avenida Rio Branco, todas tomadas, grupos improvisam "camarotes". Eles cercaram calçadas onde montaram tendas e fazem churrasco.

Vendedores abusam da criatividade

Por todos os lados, ambulantes tentam faturar um trocado no carnaval. Eles vendem de tudo, desde bebidas até chapéus para proteger os foliões do forte sol.

O camelô Franklin Sales de Macedo, de 22 anos, foi mais esperto. Acostumado, normalmente, a vender todo tipo de bugigangas, cercou um bueiro com uma lona azul, montando uma espécie de "banheiro químico" na Rua Senador Dantas. E cobra R$ 0,50 para que os foliões se aliviem. O ambulante batizou o invento de "xixi no ralo".

"Está faltando banheiro. Todo mundo faz xixi no meio da rua, mostrando o que não deve", disse o criativo vendedor.

Homenagem a João Hélio

O início do desfile foi marcado por uma mensagem em memória do menino João Hélio, de 6 anos, que morreu após ser arrastado por um carro, durante um assalto, no subúrbio, no dia 7 de fevereiro. Foi pedido um minuto de silêncio e um texto foi lido pela direção do bloco.

"O Cordão da Bola Preta, sendo o quartel-general do carnaval e o mais antigo e tradicional de todos os blocos, não poderia se omitir nesse momento. Vamos pedir ao povo carioca paz. Eu gostaria que todos os presentes seguissem o lema do bloco que é paz e amor. Que as pessoas se amem mais.", pediu o vice-presidente do bloco, Pedro Ernesto Marinho.

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