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Um medicamento já vendido e utilizado no Brasil para combater o colesterol alto foi autorizado pela Anvisa e pelo governo americano para ser prescrito como tratamento da aterosclerose, a principal causa de eventos cardiovasculares, como infartos e derrames. Com isso, a rosuvastatina se torna o primeiro remédio no mercado com essa indicação.

Vendida sob o nome Crestor, a rosuvastatina é da classe das estatinas, medicamentos que revolucionaram o tratamento de doenças ligadas ao colesterol alto. As estatisnas agem bloqueando a produção de colesterol no fígado.

Agora, a rosuvastatina foi comprovada também como uma boa forma de reduzir a inflamação das placas arteroscleróticas. Com isso, ajuda a evitar infartos do miocárdio e de derrames.

"Não tenha dúvida nenhuma, é um grande avanço para os pacientes brasileiros", afirmou ao G1 Antonio Carlos Chagas, professor de medicina da USP e atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O médico explica que a rosuvastatina pode ser usada tanto para prevenção de infartos como para tratamentos pós-evento, para evitar um segundo caso.

A aterosclerose é o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos, que pode levar à formação de placas na parede interna das artérias. As placas dificultam a passagem do sangue para os órgãos e pode privar órgãos vitais, como coração e cérebro, de oxigênio e nutrientes. Se as placas romperem o vaso, ocorre um infarto (se for no coração) ou um derrame (ou AVC, no cérebro).

Até agora, o único tratamento disponível para retardar a aterosclerose era o controle dos fatores de risco, com medicamentos que reduzem o colesterol, a pressão arterial e a coagulação do sangue. Em casos onde a doença bloqueia o fluxo sanguíneo, é preciso tratamentos invasivos e até cirurgia.

A nova indicação para a rosuvastatina, segundo Chagas, veio depois de dois grandes estudos clínicos que comprovaram o impacto do medicamento em todos os estágios da aterosclerose, tanto em pacientes sem sintomas como até em pessoas com casos avançados.

Brasil e Estados Unidos se tornaram o quarto e quinto países a autorizar a prescrição da rosuvastatina para esse fim -- Holanda, México e Colômbia já tinham dado essa autorização. Para combater o colesterol, o medicamento já é largamento utilizado em mais de 90 países.

"É um remédio excelente e bastante seguro", afirma Chagas, "mas muito avançado e que, como todos os outros, só pode ser tomado com prescrição e acompanhamento médico".

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