Brigadeiro admite que manete poderia estar fora do lugar

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O brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), admitiu nesta quinta-feira que a manete (alavanca que controla potência das turbinas) do Airbus da TAM acidentado em Congonhas poderia estar fora do lugar. Segundo o militar, a hipótese foi reforçada após a nota da Airbus em que a empresa reforça aos pilotos a importância de, em caso de reversor travado, a manete deve estar em posição idle (espécie de ponto morto).

Kersul Filho voltou atrás em suas declarações anteriores, quando disse que só repassaria o conteúdo das caixas-pretas sob determinação da Justiça.

- Possa ser que eu tenha me expressado mal. Nós só queremos ajudar e proteger. Por isso o nosso cuidado para que não sejam divulgados - disse, afirmando que "nunca disse que não passaria os dados".

Brigadeiro minimiza três possíveis causas do acidente

O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, afirmou no início da tarde que três das hipóteses apontadas como causas do acidente com o Airbus da TAM na semana passada são improváveis - a inoperância de um dos reversos, a ausência de grooving (ranhuras para escoamento da água) na pista e as condições meteorológicas.

No caso do reverso, ele afirmou que é preciso checar se os manuais do fabricante do Airbus prevêm condições de pouso com apenas um dos equipamentos em funcionamento. O equipamento, segundo ele, funciona apenas como um elemento de segurança adicional. Ele acredita, no entanto, que a falta de um dos reversos pode ter influenciado psicologicamente o piloto, que operava uma aeronave pesada e em situação de chuva.

Em relação ao grooving, ele explicou que o sistema funciona apenas como um elemento de escoamento da água e não influencia as condições de atrito da pista.

Sobre as condições meteorológicas na região do aeroporto no dia do acidente, Kersul lembra que o registro da torre de Congonhas era de uma chuva leve e as informações preliminares coletadas até agora pelo Cenipa apontam uma garoa no momento da aterrissagem do avião.