O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sugeriu à Petrobras que apure a existência de cartel nas licitações da empresa por meio dos escritórios de advocacia Trench, Rossi e Watanabe, que atua em cooperação com o americano Baker & McKenzie, e Gibson Dunn & Crutcher, dos Estados Unidos. Sugeriu ainda a empresa vete obras sem projeto básico pronto e que incorpore também em suas práticas os mecanismos da Lei 12.529, de 2011, de defesa da concorrência, além da lei anticorrupção.

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Os dois escritórios foram contratados pela Petrobras em outubro passado para investigar internamente as denúncias do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e calcular o tamanho do prejuízo e do impacto que os fatos apurados na Operação Lava-Jato causaram no negócio da empresa. Eles também são aptos a atuar em contenciosos internacionais.

As sugestões do Cade foram incorporadas ao processo pela Polícia Federal, que observa que, embora ainda incipiente, a Petrobras começa a dar demonstrações concretar de promover ajustes para restabelecimento da confiança.

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica, ligado à Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, compartilha informações com a Polícia Federal. O órgão pela apuração de existência de cartel e por punições administrativas, caso fique comprovada a ação das empresas de combinar previamente preços e vencedores de licitações. As ações em curso na Justiça Federal são de cunho criminal e apuram lavagem de dinheiro, corrupção e evasão de divisas.

Petrobras retira poder da antiga diretoria de Renato Duque

Esta não é a primeira vez que um órgão federal toma a iniciativa de sugerir à Petrobras que tome medidas para evitar que novos casos de corrupção aconteçam. No início de dezembro, a Polícia Federal cobrou da Petrobras que informasse quais medidas estava tomando para evitar que situações como as investigadas na Operação Lava-Jato.

Num documento encaminhado à PF no dia 23 de dezembro passado, a Petrobras enumerou várias medidas, entre elas a divisão da mega área de Engenharia, Engenharia, Tecnologia e Materiais, subordinada a Renato Duque até maio de 2012 (ele foi substituído no cargo por José Antônio Figueiredo). No lugar de uma única gerência executiva de engenharia, que atendia a todas as diretorias da estatal, foram criadas quatro.

As áreas de Abastecimento, Exploração e Produção e Gás e Energia terão, segundo a empresa, sua própria gerencia de engenharia. A quarta gerencia executiva é a de engenharia submarina, que agora funciona separadamente da área de exploração e produção de petróleo. "Antes deste ajuste organizacional toda a atividade de implementar empreendimento e prestar serviços de engenharia, em condições pactuadas com as áreas de negócios, era concentrada em apenas uma gerência executiva", explica o documento da estatal.

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Segundo denúncia do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, a diretoria de Engenharia cobrava propina para o PT de todas as obras da estatal - 2% ficavam com o PT e 1% com o PP, que havia sido o responsável por sua indicação para o cargo por meio do ex-deputado José Janene (PP-PR), que faleceu em 2010.

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