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| Foto: Valter Campanato/ABr

Acusações

O ex-ministro Pedro Novais (foto) foi alvo de várias denúncias desde dezembro, quando foi indicado para o Turismo.

Escutas (dez. 2010)

Flagrado em escutas da Polícia Federal pedindo ao empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney, que intermediasse para que um aliado recebesse benefícios na Justiça Eleitoral.

Motel (dez. 2010)

Novais usou sua cota parlamentar, na época em que era deputado, para pagar despesas de um motel.

Passaportes (jan. 2011)

Novais pediu à Câmara um passaporte especial para a mulher, Maria Helena de Melo.

Prisões (ago. 2011)

Operação da PF contra desvios de recursos do Turismo prendeu nove integrantes do ministério, entre eles o então número dois de Novais, Frederico Costa.

Empresa de fachada (ago. 2011)

Quando deputado, Novais destinou R$ 1 milhão do Turismo para uma obra executada por uma empreiteira de fachada em uma cidade sem perfil turístico.

Governanta (set. 2011)

Reportagem revela que, quando deputado, Novais usou dinheiro público para pagar salário de uma empregada que trabalhou em seu apartamento de 2003 a 2010.

Motorista (set. 2011)

Reportagem mostra que o ministro usava irregularmente um servidor da Câmara como motorista particular de sua mulher.

PMDB indica 79 nomes para a vaga no Ministério do Turismo

Para evitar insatisfações, líderes do partido decidiram que quase todos os deputados da legenda teriam seus nomes sugeridos à presidente Dilma.

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O ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB), não resistiu a mais uma denúncia de mau uso de recursos públicos envolvendo seu nome e pediu demissão ontem no início da noite. A presidente Dilma Rousseff aceitou. Novais é o quinto ministro de Dilma que cai em apenas oito meses e meio da atual gestão. Quatro deles foram demitidos após denúncias e suspeitas de irregularidades.

Novais havia sido envolvido em uma série de escândalos desde dezembro, quando foi indicado para o ministério pelo PMDB (veja a lista ao lado). Mas a gota d’agua que levou à sua demissão foi a denúncia do jornal Folha de S.Paulo, publicada ontem, de que a mulher do agora ex-ministro usava irregularmente um funcionário da Câmara Federal como motorista particular. Um dia antes, Novais já havia sido denunciado pelo mesmo jornal por ter pago com dinheiro público o salário de sua governanta por sete anos.

O ex-ministro estava em situação delicada desde o começo de agos­­­to, quando uma operação da Polícia Federal prendeu 37 pessoas envolvidas em desvio de dinheiro do Turismo, incluindo o então se­­­­cre­­­­tário-executivo do ministério, Frederico Costa. Novais não chegou a ser acusado de participar do esquema, mas desgastou-se no cargo.

Ele também era considerado, nos bastidores do Planalto, como um ministro ineficiente para um cargo importante, principalmente diante do fato de que o Brasil sediará a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 – eventos que devem atrair milhares de turistas ao país. Novais demorou 165 dias, por exemplo, para assinar seu primeiro ato oficial após tomar posse, em janeiro.

As novas denúncias implodiram o apoio que Novais tinha dentro do PMDB. Lideranças da sigla passaram a defender sua demissão para evitar um desgaste maior da legenda. Deputado por seis legislaturas, Novais havia sido escolhido ministro do Turismo no fim do ano passado por influência do presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Os dois são do Maranhão.

Tentativa de permanência

Antes de entregar sua carta de demissão à presidente Dilma, Novais tentou buscar apoio no PMDB para permanecer no cargo. Chegou a se reunir com o vice-presidente, Michel Temer (presidente nacional licenciado da legenda), e o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Henrique Al­­­­ves. Mas o próprio Temer havia sido incumbido por Dilma de convencer Novais a pedir a demissão.

Ao entregar a carta de demissão a Dilma, Novais permaneceu apenas cinco minutos na sala com a presidente. Deixou o local pelo elevador ministerial. Temer ficou com Dilma por mais dez minutos no gabinete para discutir o nome do sucessor.

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