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O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), disse nesta terça-feira (4) ter informações de que o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e os governadores Aécio Neves, de Minas Gerais, e José Serra, de São Paulo, não foram consultados sobre a ideia do PSDB de denunciar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), por quebra de decoro parlamentar, e não teriam concordado com a atitude da bancada do PSDB no Senado se soubessem da intenção dos senadores tucanos em fazê-lo.

Calheiros reconhece que o PMDB só ameaçou registrar representação contra Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, no Conselho de Ética, acusando-o de ter mantido um funcionário "fantasma" em seu gabinete, porque o PSDB decidiu apresentar representações contra o presidente do Senado, José Sarney. Até então, apenas Virgílio havia registrado, individualmente, denúncias contra o peemedebista. Mas Calheiros pondera que a briga entre Arthur Virgílio e José Sarney não deve ser entendida como uma briga entre partidos.

"Uma coisa foi uma denúncia de alguém, outra coisa é uma representação partidária. A representação eleva o patamar da crise, transforma a crise, que é meramente política, em político-partidária", justificou Renan Calheiros. "O PMDB e o PSDB sempre tiveram a melhor convivência, eu mesmo fui ministro da Justiça do FHC, passei 17 meses no ministério. O PMDB faz aliança em pelo menos dez estados", afirmou o líder peemedebista alegando que uma eventual aliança nacional entre PMDB e PSDB nas eleições de 2010 não será afetada pela disputa entre os partidos no Senado.

Calheiros, que ontem se envolveu em uma troca de acusações com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), em plenário, defendeu a ideia de que os senadores encerrem as discussões públicas sobre o assunto e deixem o Conselho de Ética decidir sobre as ações que pesam contra José Sarney. Ao todo, o presidente do Senado responde a cinco representações e seis denúncias por quebra de decoro parlamentar.

"A partir de agora estas coisas terão que ser discutidas no Conselho de Ética. Nós temos que voltar à normalidade e deixar essas diferenças - que, na verdade, têm um pano de fundo, que é eleição de 2010 - sejam resolvidas no Conselho de Ética", defendeu. "Os membros do conselho foram indicados pelos partidos de acordo com a proporcionalidade, e tiveram seus nomes aprovados pelo plenário. É importante que eles decidam estas questões e que o plenário volte à normalidade", disse.

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