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A Câmara de Vereadores de Cascavel, no Oeste do Paraná, acolheu, em sessão realizada na manhã desta segunda-feira (24), dois protocolos populares que pedem investigação contra o vereador Paulo Bebber (PR), suspeito de pedir propina para acelerar a votação de projetos. Assim, os vereadores aprovaram a criação uma Comissão Processante, que conduzirá uma investigação que pode culminar na cassação do mandato do político.

A Comissão Processante será composta pelos vereadores Rui Capelão Cardoso (PPS), Jaime Vasatta (PTN) e João Paulo de Lima (PSD). O grupo terá prazo de 90 dias para investigar o caso, prorrogáveis por mais 30, caso seja necessário. A presidência e a relatoria serão decididas entre os três vereadores que compõem a comissão. Isso deve ocorrer ainda na tarde desta segunda-feira. Decorrido o prazo, o relator apresentará seu relatório com pedido de cassação ou absolvição de Bebber.

Estudantes secundaristas fizeram uma manifestação em plenário e, antes do início da sessão, simularam um ato de cassação de Bebber. No intervalo da sessão, eles gritaram palavras de ordem e exigiram uma postura da Casa sobre as suspeitas contra o vereador.

Presidente da Aces (Associação Cascavelense de Estudantes Secundaristas), Elio Ribeiro Junior disse que os alunos irão acompanhar todo o trabalho da comissão e ver qual será o posicionamento de cada parlamentar. "Estamos mostrando que os estudantes são politizados", afirmou. Segundo ele, os estudantes estarão mobilizados e irão fazer novos atos de protesto para exigir a cassação do mandato de Bebber.

Bebber foi à Câmara nesta manhã, mas não entrou no plenário. Ele apenas conversou com algumas pessoas e, depois, foi embora. Ele não está falando sobre o caso.

O caso

O suposto pedido de propina é investigado pelo Ministério Público e Polícia Civil. Na semana passada, foi tornado público um áudio com a gravação de uma conversa entre Bebber e o corretor de imóveis Márcio Ireno na qual o vereador pede "500 paus" para acelerar a aprovação de um projeto de lei que amplia o perímetro urbano para a criação de uma novo conjunto habitacional. Ele estaria se referindo a R$ 500 mil, que, segundo o áudio, seriam distribuído entre um grupo de vereadores. O projeto, que prevê investimentos de R$ 140 milhões, vai construir 2.089 moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Após a instalação da Comissão Processante, o projeto que define a área como zona de especial interesse social seria levado à votação. Diante da polêmica em torno do projeto, os vereadores Paulo Porto (PCdoB), Jorge Menegatti (PSC) e Rui Capelão (PPS) decidiram não votar a proposta e abandonaram o plenário.

O MP questiona o encaminhamento do projeto, que teria desobedecido à legislação que determina a realização de audiência pública com representantes da sociedade organizada antes da votação. Mesmo assim, o projeto acabou aprovado em primeira votação e deve ser votado novamente na sessão desta terça-feira (25).

Após a denúncia de propina, o vereador Paulo bebber decidiu se licenciar do cargo. O suplente Celso Dal Molin (PR, que é pastor evangélico, assume a cadeira as 16h30 desta segunda-feira.

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