A Câmara dos Deputados retoma nesta terça-feira (16) a votação da reforma política. Os temas que devem ser analisados nesta semana são as cotas de 30% nas candidaturas para mulheres, a fidelidade partidária, datas de posses de prefeitos e novos critérios para apresentação de projetos de iniciativa popular. Para ser aprovada, cada proposta de emenda constitucional (PEC) precisa do apoio de 308 parlamentares.

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Confira todos os itens votados pelos deputados até o momento

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Depois de concluir as votações da reforma política em primeiro turno, os deputados federais devem fazer a votação em segundo turno em bloco, no início de julho. As propostas aprovadas serão encaminhadas ao Senado, onde também passarão por dois turnos de votação.

O deputado federal João Arruda (PMDB-PR) diz acreditar que a proposta sobre fidelidade partidária deve ser aprovada. “A proposta deve passar, embora tenha sido concebida para funcionar junto com o voto distrital, que foi rejeitado”, afirma. Segundo ele, a proposta fortalece os partidos. Outro parlamentar paranaense, Rubens Bueno (PPS), também aposta na aprovação da emenda sobre fidelidade partidária. “A emenda transfere para a lei a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que o mandato é do partido e não do político”, explica Bueno.

A Resolução do TSE 22.610/2007 determina que um partido político pode pedir à Justiça Eleitoral a decretação da perda de cargo eletivo em caso de desfiliação partidária sem justa causa. A mesma resolução considera justa causa para desfiliação a incorporação ou fusão do partido, a criação de novo partido, a mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário e a grave discriminação pessoal.

Mais polêmica é a proposta de reservar 30% das vagas para mulheres nas eleições proporcionais. João Arruda diz que vai votar contra. “É uma proposta simpática, mas me sinto obrigado a votar contra. A participação da mulher nos parlamentos é pequena, não por causa das regras eleitorais, mas de uma cultura que precisa ser mudada”, diz. Bueno vai votar a favor.

A bancada feminina da Câmara chegou a ameaçar obstruir outras votações se a proposta de cotas não for colocada em análise. Hoje menos de 10% das vagas na Câmara e 15% do Senado são ocupadas por mulheres, que representam 52% da população. A Organização das Nações Unidas coloca o Brasil na 124.ª posição em um ranking de 188 países em relação à igualdade de gêneros e participação na mulher na política. Na América Latina o Brasil está à frente apenas do Haiti.

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O que já foi votado

Veja os pontos da reforma política já aprovados na Câmara:

Duração dos mandatos

Parlamentares aprovaram mandatos de cinco anos para todos os cargos eletivos, inclusive senadores, que tinham oito anos de mandato.

Coincidência de eleições

A proposta de fazer coincidir todas eleições numa única data a cada cinco anos foi rejeitada.

Voto facultativo

Deputados rejeitaram proposta que acabaria com a obrigatoriedade do voto.

Idade mínima para candidaturas

Idade mínima para candidatos a deputado federal caiu de 21 para 18 anos e para candidatos a senador e governador, de 30 para 29.

Data de posse de presidente e governadores

Governadores serão empossados no dia 4 de janeiro e presidente no dia 5 de janeiro, e não mais em 1º de janeiro.

Reeleição

A Câmara acabou com a reeleição, mas atuais prefeitos e governadores podem disputar mais uma vez o mesmo cargo,

Financiamento de
campanhas eleitorais

Só partidos políticos poderão receber doações de empresas. Pessoas físicas poderão contribuir para partidos e candidatos.

Coligações partidárias

Deputados rejeitaram proposta de acabar com as coligações. Partidos políticos poderão continuar se aliando para disputar as eleições legislativas.

Cláusula de desempenho

Para ter direito a recursos do Fundo Partidário e ao horário eleitoral gratuito, partidos terão que eleger ao menos um parlamentar federal.

Sistema eleitoral

A proposta de alterar o atual sistema de escolha dos parlamentares foi rejeitada e deputados federais decidiram manter tudo como é atualmente.