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O candidato a vereador mais votado em Curitiba, Roberto Aciolli (PV), que recebeu 17.377 votos, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP) por homicídio qualificado, praticado por motivo torpe (banal). A denúncia, obtida com exclusividade pela Gazeta do Povo, foi oferecida à Justiça em 13 de agosto – cerca de dois meses antes da eleição municipal. Se condenado, o campeão de votos pode ficar de 12 a 30 anos preso.

Aciolli, que apresenta um programa policial na televisão, confessou ter matado um homem com um tiro na cabeça. O crime aconteceu em 1999 no centro de Curitiba. A vítima foi o engraxate Paulo César Heider, que tinha 23 anos.

O processo, de número 220/08, tramita na 1ª Vara do Tribunal do Júri. Antes de receber a denúncia do MP, o juiz da Vara, Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, deve intimar Aciolli para se defender e as testemunhas de acusação e defesa para depor. Por se tratar de um crime contra a vida, se a denúncia for recebida, o apresentador vai à júri popular – quando a sociedade (jurados) julga o acusado. "Essa denúncia não quer dizer que ele é culpado. É uma forma dele se defender", disse o promotor da Vara de Inquéritos Policiais, Marcelo Balzer Correia, que assina a acusação do MP.

A história do crime começou, em 1999, quando dois homens assaltaram a loja de celulares da esposa de Aciolli na época. Dezenas de aparelhos foram levados pela dupla. Indignado com o roubo, Aciolli passou a investigar o caso por conta própria e, na madrugada de 1º de dezembro de 1999, ele recebeu uma ligação de um informante indicando o paradeiro de um dos bandidos: a Praça Tiradentes.

"Paulinho", como a vítima era conhecida, acabara de pegar um táxi com destino ao bairro Fazendinha. Ele e um amigo, não identificado, entraram em um táxi pouco depois da 1h30 da madrugada.

No depoimento prestado à polícia, Aciolli, que também estava acompanhado de um amigo, afirmou ter entrado em contato com a polícia. Mas, como não teve sucesso, o apresentador ligou para a central de rádio-táxi, que passou uma informação codificada para o taxista parar o carro. O taxista estacionou o veículo e, logo em seguida, uma S-10 preta, com Aciolli dentro, encostou. A partir daí, os depoimentos se contradizem. Acioli e seu amigo sustentam que houve uma briga e o apresentador disparou acidentalmente um tiro de revólver calibre 38 em Paulinho. O disparo acertou a cabeça do engraxate.

Já o taxista relatou que os dois bateram na vítima. "Em seguida pude ouvir o tiro e constatei que a vítima estava caída", revelou o taxista no depoimento. A perícia feita pelo Instituto de Criminalística do Paraná confirmou que o tiro que matou Paulinho foi desferido pelo revólver do candidato a vereador mais votado de Curitiba.

Ficha-suja

Antes da campanha eleitoral, o MP divulgou uma lista com os candidatos "fichas-sujas", que respondem a algum processo na Justiça. O nome de Aciolli não constava da lista porque a denúncia foi feita já durante o período eleitoral. Além disso, segundo o MP, nem todos os promotores informaram as denúncias feitas contra os candidatos.

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