Cármen Lúcia, ministra do STF.| Foto: NELSON JR. / STF

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia negou nesta sexta-feira (16) que a concessão de liminares que barraram o rito estabelecido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para eventual processo de impeachment de Dilma Rousseff seja uma forma de intromissão no Poder Legislativo.

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“O Brasil pode ter a mais absoluta segurança de que nós não interferimos em nada que não seja a obrigação de dar cumprimento à Constituição. Tudo que seja dos outros poderes, nós não entramos”, disse a ministra em entrevista, depois de receber homenagem da Associação Brasileira de Jornais (ANJ), em São Paulo.

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“As decisões foram tomadas pelos ministros considerando o que está na Constituição e o que foi posto em julgamento”, completou a magistrada.

Cármen Lúcia preferiu não comentar a declaração do colega de Supremo, o ministro Gilmar Mendes, que na última quarta-feira ironizou as dificuldades do governo em garantir o apoio de sua base aliada contra um movimento a favor do impeachment de Dilma, conduzido pela oposição. Na ocasião, Mendes afirmou que “ninguém se mantém no cargo [de presidente] com liminar do Supremo”.

“Sobre a fala de colega eu não falo”, desconversou a ministra.

Cármen Lúcia criticou o “individualismo” em momentos de crise econômica e política. Ela disse ser a hora de “prestarmos atenção ao Brasil que temos e o Brasil que queremos”, para alcançá-lo.

“Guimarães Rosa dizia que sorte é merecer e ter. Aprendi que é preciso fazer merecer para ter”, disse a magistrada. “Sorte é isso: merecer e ter. É preciso fazer merecer para ter.”

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“Eu vejo muita raiva ao invés de discussões, vejo reclamações ao invés de reivindicações. É o momento em que temos que ter clareza do que queremos e de como fazer para conseguir o que queremos”, concluiu.